O Estado de S. Paulo

Programa quer cortar em um terço o custo da banda larga.

Governo vai usar satélite de R$ 3 bilhões para ampliar acesso à banda larga no País; mais de 2,2 mil cidades vão aderir ao programa

- Anne Warth / BRASÍLIA

O presidente Michel Temer e o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicaçõ­es, Gilberto Kassab, assinaram ontem com prefeitos termo de adesão ao programa Internet para Todos. Segundo o governo, 2.260 cidades vão aderir ao programa, que vai fornecer internet por meio do satélite geoestacio­nário lançado em órbita em maio do ano passado. Os usuários do programa terão acesso à internet a preços reduzidos.

Kassab prometeu que a velocidade de conexão será cerca de “40 vezes superior a que existe hoje”. Ele estimou que a isenção tributária do programa fará o preço cair em um terço em relação ao praticado atualmente. “O preço é inferior àquele hoje pago pelo usuário de telefonia devido à isenção tributária do programa”, disse.

As prefeitura­s que tiverem interesse devem aderir ao programa e indicar as localidade­s onde serão instaladas as antenas. Elas serão responsáve­is por garantir a segurança da área e pelos custos com energia dos equipament­os, mas as demais despesas serão da União. Os municípios vão começar a receber antenas em maio, e a expectativ­a é instalar cerca de 200 por dia. A operação será feita pela empresa Viasat, dos Estados Unidos, contratada pela Telebrás.

O número de municípios habilitado­s pode ser acrescido em mais de 330, já que 2.593 cidades manifestar­am interesse em participar do programa.

Satélite. O Satélite Geoestacio­nário de Defesa e Comunicaçõ­es Estratégic­as (SGDC), em órbita desde maio de 2017, vai garantir a conexão. O satélite custou R$ 3 bilhões e tem vida útil de 18 anos.

A promessa de universali­zar o acesso à internet no País é antiga e já foi alvo de programas de governo anteriores, como o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), de 2010, durante o governo Lula, e o Brasil Inteligent­e, de 2016, no governo Dilma.

Outros objetivos. O programa também vai fazer monitorame­nto das fronteiras e levar internet às escolas públicas, hospitais e postos de saúde. “Em três semanas, teremos um segundo lote do programa e muito possivelme­nte vamos atender 100% dos municípios brasileiro­s”, disse Kassab.

Na parceria com o Ministério da Educação, a intenção do programa é garantir banda larga a todas as escolas públicas federais, estaduais e municipais do país, com a previsão de beneficiar 7 mil escolas ainda neste ano e 20 mil em 2019.

Já o convênio com o Ministério da Saúde vai permitir que todos os postos e hospitais federais, estaduais e municipais tenham acesso à banda larga. “Qualquer centro de saúde de municípios distantes do País vai poder compartilh­ar diagnóstic­os com qualquer centro de qualquer cidade brasileira por conta da banda larga”, afirmou Kassab.

O Ministério da Ciência e Tecnologia ainda fechou parceria com o Ministério da Defesa para garantir o monitorame­nto de 100% das fronteiras brasileira­s. A Defesa ficou com 30% da capacidade do satélite. “Isso se traduz em melhor eficiência no combate ao contraband­o, ao tráfico de drogas e diversas ações criminosas que acontecem nas nossas fronteiras”, disse o ministro.

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FÁBIO MOTTA/ESTADÃO - 9/10/2009 Na web. Governo federal vai instalar antenas em municípios para garantir velocidade maior

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