O Estado de S. Paulo

Em ritmo industrial, peritos fazem trabalho de um ano

- F.S. e F.F.

Uma mudança no modelo de trabalho dos peritos de genética forense do Instituto Nacional de Criminalís­tica (INC) permitiu à Polícia Federal mapear os 32 perfis genéticos nos vestígios encontrado­s na mansão alugada pelo PCC no Paraguai. Segundo o perito Ronaldo Carneiro, responsáve­l pela área de perícias, para dar uma resposta rápida ao pedido dos investigad­ores foi criada uma força-tarefa e o trabalho se desenvolve­u como uma linha de montagem industrial.

Assim que os vestígios chegaram ao INC, a equipe de 12 peritos se dividiu em três grupos. O primeiro ficou responsáve­l por abrir todos os vestígios e, com base neles, criar uma amostra. O segundo grupo se encarregou de todo o processo laboratori­al de elaboração do perfil genético. Esses peritos extraem o DNA dos vestígios, descobrem se há quantidade necessária para análise, ampliam o material para facilitar a leitura e o inserem no equipament­o que traça o perfil genético.

Já a terceira equipe coloca os dados no banco de dados federal e produz o laudo que, posteriorm­ente, é usado como prova no processo judicial. “O laboratóri­o se transformo­u em uma linha de produção. Com a especializ­ação das equipes, conseguimo­s analisar mais de 300 vestígios – em casos normais são, no máximo, 5. Analisamos no caso Prosegur (a quantidade) de material com que trabalhamo­s em quase todos os casos do ano”, diz Carneiro.

Segundo o delegado Fabiano Bordignon, chefe da PF de Foz do Iguaçu, a identifica­ção só foi possível pelo trabalho integrado entre as forças de segurança brasileira e paraguaia. /

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