CICLOVIAS GANHAM APROVAÇÃO DE CICLISTAS
SEGUNDO ELES, ANTES DAS OBRAS ERA DIFÍCIL E PERIGOSO PEDALAR NA REGIÃO POR CONTA DOS VÁRIOS BURACOS E IRREGULARIDADES NA PISTA
No movimentado trecho da Rua dos Pinheiros, entre as avenidas Pedroso de Morais e Brigadeiro Faria Lima, na Zona Oeste de São Paulo, Gilmário dos Santos Barros, 21 anos, trafega tranquilo pela ciclovia. A bicicleta, equipada com cestos na parte da frente e de trás, é seu instrumento de trabalho. Barros atua como entregador de uma padaria há três anos e chega a fazer 50 viagens por dia levando pedidos de clientes pela região.
Ele conta que o recapeamento realizado no local — obra entregue no final de janeiro deste ano — tornou menos árdua sua tarefa. “A faixa de bicicleta ficou maior. E, antes, havia muito buraco”, diz. Segundo o entregador, circular com a bike carregada de pedidos já é um desafio de equilíbrio e força. Ter de desviar dos obstáculos no caminho torna a missão ainda mais complicada. “É muito ruim andar assim [em ruas com asfalto irregular]. Ficou mais seguro e mais rápido para fazer as entregas no bairro.”
Quem usa a ciclovia para lazer também aprovou o resultado. O dentista Pedro Henrique Denofrio, 32 anos, co- memora a mudança – e os ganhos que ela trouxe para o seu treino. Ele relata que algumas partes da ciclovia não estavam em bom estado. “Agora, a gente não precisa mais se preocupar em desviar de buraco, mas em pedalar.”
Denofrio conta que o recapeamento ajudou ainda na “saúde” das magrelas. “Antes, era necessário trocar de roda a cada três meses, porque elas quebravam com frequência.” Além disso, ele enfatiza que a sinalização ganhou um upgrade . “A faixa está mais visível. Dessa maneira, os motoristas respeitam mais [os ciclistas]. A sinalização lateral também ficou melhor, e as tartarugas [tachões refletivos] estão mais altas. Os carros costumavam invadir a faixa. E agora, não.”
Kevin Banach, 23 anos, é analista administrativo na região de Pinheiros e usa o trecho da ciclovia todos os dias há cerca de um ano e meio. Ele diz que ficou mais fácil pedalar na região. “Tinha um declive [perto da calçada] muito ruim. A ciclovia era bem desnivelada. Com certeza, melhorou para os ciclistas.”