Cientista genial, ícone de superação e celebridade
Omundo acordou ontem empobrecido. Stephen Hawking partiu. Cambridge nunca mais verá aquela figura esquálida, quase líquida, cruzando seus jardins em sua cadeira de rodas. Mais de 50 anos atrás, quando ingressou como estudante de Física na Universidade de Oxford, seria impossível que alguém antecipasse o que se tornaria: cientista genial, ícone de superação humana, celebridade mundial.
As maiores contribuições de Hawking se dariam após seu doutorado, quando suas atenções se voltaram para os objetos mais exóticos do cosmos: os buracos negros. Apesar de terem sido preditos por Albert Einstein, até mesmo seu criador duvidava que eles pudessem existir na natureza. Hoje, são uma realidade.
Recebida com ceticismo no início, a descoberta de Hawking tem sido corroborada teoricamente desde então e inspirado outros grandes achados. Infelizmente, o efeito é sutil para ser observado diretamente na natureza, o que o impediu de ganhar o Nobel. Mas em 1979 recebeu honraria ainda mais rara, ao assumir a cátedra de Professor Lucassiano da Universidade de Cambridge, antes ocupada pelo inigualável Isaac Newton.
O anúncio da morte de Hawking, por mais previsível que fosse, soa paradoxalmente como algo insólito. Estávamos acostumados a vê-lo driblar a morte para lembrarmos que ele também era humano. Mesmo assim, encontrou uma forma triunfal de partir. Não podendo agarrar-se à vida para sempre, deixou-a quando já havia se feito imortal. Obrigado por tudo, professor Hawking.