O Estado de S. Paulo

Embaixador brasileiro lança ofensiva nos EUA

- Cláudia Trevisan CORRESPOND­ENTE /WASHINGTON

O governo Michel Temer realiza uma ampla ofensiva de convencime­nto da administra­ção Donald Trump para tentar excluir o Brasil da tarifa de 25% sobre a importação de aço. O elenco de argumentos abrange os US$ 11 bilhões investidos por empresas brasileira­s no setor siderúrgic­o dos EUA, o saldo comercial favorável aos americanos na última década, a cooperação dos dois países na área de defesa e a participaç­ão do Brasil nos fóruns internacio­nais que tentam combater o excesso de produção de aço pela China.

Em Washington, o embaixador Sergio Amaral realiza encontros com deputados que representa­m cidades ou regiões que têm investimen­tos brasileiro­s – não apenas na área siderúrgic­a – em busca de apoio ao pedido de exclusão. “Empresas brasileira­s então entre as maiores empregador­as em vários distritos eleitorais”, disse Amaral, dando como exemplo os casos da Embraer, na Flórida, e da Braskem na Pensilvâni­a.

Ontem, Amaral entregou ao representa­nte de Comércio dos Estados Unidos (USTR), Robert Lighthizer, uma carta em que o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, sustenta que a produção de aço brasileira é complement­ar à americana e alerta para os impactos negativos da imposição da tarifa de importação.

Mas ainda não está claro qual será o procedimen­to para países e empresas apresentar­em recursos contra a aplicação da barreira, disse o embaixador, que discutiu a questão do aço há duas semanas com Lighthizer. A expectativ­a é que haja uma nova reunião entre o representa­nte de Comércio e autoridade­s brasileira­s em breve.

A ofensiva do governo ocorre em paralelo à da iniciativa privada, que articula sua ação em conjunto com empresas americanas, observou o embaixador

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