O Estado de S. Paulo

Projeto tenta inibir abusos de telemarket­ing

Aprovado em comissão do Senado, o texto determina, entre outros pontos, que seja oferecido ao consumidor um botão para interrompe­r a ligação

- Julia Lindner / BRASÍLIA

Uma comissão do Senado aprovou ontem um projeto que disciplina serviços de telemarket­ing para tentar inibir “práticas abusivas” contra os consumidor­es. Se nenhum senador pedir que o texto passe pelo plenário, ele segue direto para análise da Câmara.

Segundo o projeto, ficam limitados os horários das ligações de telemarket­ing ativo (quando o contato com o cliente parte da própria empresa): das 9 horas até as 21 horas, de segunda a sexta-feira; e das 10 horas às 13 horas, no sábado. Na ligação, o operador deverá se identifica­r imediatame­nte, citando para qual empresa trabalha e informar um número de retorno.

Em casos de chamadas com voz gravada, os fornecedor­es terão de pôr à disposição do cliente uma tecla interrupti­va que possa retirar o contato do consumidor do cadastro do telemarket­ing da empresa pelo período de seis meses.

“O projeto foi concebido para frear uma realidade que hoje incomoda muitos brasileiro­s”, disse o senador Roberto Muniz, autor da proposta. Segundo ele, algumas regras presentes na proposição já estão em consonânci­a com o Código de Ética do Programa de Autorregul­amentação do setor de relacionam­ento (Probare), mas não são respeitada­s.

Outras regras. O texto proíbe a reiteração da mesma oferta de produtos ou serviços para consumidor­es que já tenham recusado a oferta. Também veta a possibilid­ade das empresas usarem pesquisas e sorteios como pretexto para continuar a ligação quando o verdadeiro objetivo for a venda.

A proposta estabelece ainda que não é permitido contato com consumidor para oferecer produtos ou serviços por este cancelado pelo prazo de 12 meses após o encerramen­to do contrato. As empresas não poderão ultrapassa­r três chamadas telefônica­s para um mesmo consumidor no mesmo dia. O projeto veda a realização de telemarket­ing através de números que não possam receber chamadas de retorno. Segundo o deputado, as empresa que não observarem as regras poderá sofrer sanções previstas pelo Código de Defesa do Consumidor, que variam de multas até a interdição.

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JF DIORIO/ESTADÃO - 7/10/2010 Sem abusos. Horário para as ligações terão limitações

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