O Estado de S. Paulo

Chamado Realista é o tema da Mostra Aurora

‘Baixo Centro’ abre o evento, que inclui 32 filmes, além de debates, laboratóri­os, oficina e debate e vai até dia 21

- Luiz Carlos Merten

Primeiro dos três grandes eventos de cinema que a produtora cultural mineira Universo realiza no ano – virão depois a Mostra CineOP e Mostra CineBH –, a Mostra de Tiradentes consolidou, em pouco mais de uma década, a Mostra Aurora como principal vitrine da produção autoral e independen­te no País. Já há algum tempo uma seleção da Aurora tem sido trazida à cidade, no CineSesc. Inaugura-se nesta quinta, 15, a Aurora 2018 em São Paulo. Além de uma seleção de premiados, a itinerânci­a paulistana contempla títulos inéditos.

E mais – abre-se hoje com uma homenagem ao professor, crítico e historiado­r Ismail Xavier. Nos anteriores, a Aurora SP mantinha o homenagead­o de Tiradentes. Este ano, pela primeira vez, promove uma homenagem localizada. Para Raquel Hallak, da Universo Produção, “é um privilégio destacar e reconhecer o trabalho desse profission­al que dedicou sua vida a decifrar o cinema brasileiro”. Sobre a Aurora em SP, Raquel diz que se trata de um espaço “para ampliar a janela do cinema brasileiro, que se apresenta renovada, oferecendo ao público vivenciar um dos mais pungentes retratos da nossa sociedade”. Como todo ano, a Aurora organiza sua seleção em torno de um tema. Este ano foi o ‘chamado realista’.

Até quarta, 21, serão apresentad­os 32 filmes – 14 longas e 18 curtas –, incluindo, na abertura, o vencedor do troféu Barroco, escolhido em janeiro pelo júri da crítica – Baixo Centro, da dupla Ewerton Belico e Samuel Marotta. Após a sessão, haverá debate dos diretores com o público, mediado pela curadora Lila Foster. Dois terços desse total é de filmes paulistas. Além das 19 sessões programada­s, a Aurora SP terá dez encontros com os autores, um laboratóri­o de documentár­ios, uma oficina e um debate conceitual.

Por que o Chamado Realista? “Foi uma observação do que os filmes inscritos este ano estavam nos dizendo. É o cinema como espelho da nossa realidade cotidiana, colocando na tela um pouco das crises econômicas e sociais e também a questão urgente da representa­tiva das minorias, por meio de negros, mulheres, índios, todo o universo LGBT”, avalia Raquel. A Aurora apresenta somente filmes inéditos de autores estreantes, até o terceiro longa. Naturalmen­te que o ineditismo se perdeu, na janela entre Minas e SP, mas o compromiss­o com o novo tem levado a seleção da Aurora a frequentar importante­s festivais internacio­nais.

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MOSTRA AURORA ‘Madrigal para Um Poeta Vivo’. De Adriana Barbosa e Bruno Mello Castanho: 16/3, às 19h

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