O Estado de S. Paulo

Tarifa mais salgada na indústria

- A.W.

A indústria deve ter aumento ainda maior de tarifas: entre 20% e 25%, segundo previsão da Associação de Grandes Consumidor­es de Energia (Abrace).

O presidente executivo da Associação de Grandes Consumidor­es de Energia (Abrace), Edvaldo Santana, disse que o aumento das tarifas será ainda maior para as indústrias, entre 20% e 25%. “Será uma explosão tarifária”, afirmou. “Tivemos um erro brutal de planejamen­to, com contrataçã­o de energia quando não tinha demanda. E o governo e a Aneel não conseguem criar medidas para controlar o cresciment­o dos encargos setoriais”, disse.

Para reduzir o custo da eletricida­de, o presidente da Associação Brasileira dos Comerciali­zadores de Energia (Abraceel), Reginaldo Medeiros, defende a abertura do mercado livre. Nesse modelo, o consumidor continuari­a a ser atendido pela distribuid­ora, mas poderia optar por comprar energia de outras empresas. “O sistema do mercado livre é mais competitiv­o. Se alguém tenta passar custos excessivos, perde o cliente”, afirmou, ressaltand­o que o modelo já é usado em países da Europa e alguns Estados americanos.

Estudo da Abraceel afirma que cerca de 182 mil pequenas e médias indústrias e estabeleci­mentos comerciais do País poderiam economizar R$ 10,5 bilhões em energia se pudessem migrar para o mercado livre em 2021. O prazo previsto pelo governo é 2026.

O presidente da Associação Brasileira de Distribuid­ores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, disse que os maiores vilões da tarifa são os subsídios, os impostos e os erros de políticas do passado, como a indenizaçã­o das transmisso­ras de energia. “Temos de ter realismo tarifário, mas deveríamos aproveitar esse momento para repensar a questão dos subsídios. Há muitos setores que não precisam mais desse benefício”, disse./

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