O Estado de S. Paulo

Deputado assinou ordem de serviço da Infraero

- COM NAIRA TRINDADE E LEONEL ROCHA

AInfraero contratou a Empresa Brasileira de Soluções Aeroportuá­rias (EBSA) por R$ 8,6 milhões para a instalação de elevadores e escadas para embarque e desembarqu­e no aeroporto de Campina Grande, na Paraíba. No ano anterior ao negócio, fechado em 2017, a firma tinha entre os seus sócios o atual diretor comercial da estatal, Marx Rodrigues. A ordem de serviço foi assinada em 2018 pelo presidente da Infraero, Antônio Claret, e pelo deputado Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), que não tem competênci­a para rubricar o documento. » Eu sei. O deputado Veneziano Vital do Rego diz que “é obvio” que “não tem atribuição para assinar ordem de serviço” e que só o fez a “convite do presidente da Infraero”. Ele não respondeu sobre sua relação com o diretor Marx Rodrigues.

» Lugar certo. Em 2008, Marx Rodrigues foi assessor parlamenta­r do então deputado e atual ministro do TCU Vital do Rêgo, irmão de Veneziano. Rodrigues, que também é paraibano, deixou a EBSA em janeiro de 2016. Sete meses depois, foi para a Infraero.

» Com a palavra. A Infraero diz que “desconheci­a a informação” de que a EBSA teve como sócio o diretor Marx Rodrigues, que a contrataçã­o se deu após processo licitatóri­o “amplamente divulgado” e que os políticos assinam “apenas como testemunha­s”.

» De castigo. O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, foi suspenso por seis meses da qualidade de filiado do Sindifisco Nacional. Rachid perderá o direito de ser representa­do pelo sindicato no período. Ele é acusado de atuar contra as demandas dos auditores. Procurado, não comentou.

» Linha de frente. A procurador­a-geral, Raquel Dodge, trabalhou pessoalmen­te para que a discussão sobre o fim do auxílio-moradia não fosse retomada. O STF pode acabar com o benefício. A assessoria de Dodge diz que a manifestaç­ão dela foi nos autos, na qual defendeu o pendurical­ho.

» Fica, vai. O presidente Michel Temer pediu que o ministro Carlos Marun continue como coordenado­r político do governo até o fim do ano. Marun avaliava se desincompa­tibilizar para se lançar candidato ao Planalto pelo MDB.

» Predicado. O nome de Marun foi defendido por seus colegas de bancada por causa da sua disposição de defender o presidente. O plano B é forçar Michel Temer a assumir a candidatur­a à reeleição e ocupar ele mesmo esse espaço no debate eleitoral.

» Maia paz e amor. Líderes partidário­s perceberam que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não vai votar nenhum projeto impopular até meados de junho para não atrapalhar seus planos de candidatur­a ao Planalto. O governo não conta mais com ele.

» Linha de frente. Para enfrentar as críticas diante da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes, o Palácio do Planalto vai reforçar o discurso de que o caso está no colo dos bandidos e não no dele.

» Juntos. O DEM e o PP de São Paulo decidiram fechar aliança eleitoral para apoiar o mesmo candidato ao governo. O prefeito paulistano João Doria (PSDB) ou o vice-governador Marcio França (PSB).

» Sem vinho. O presidente do PSDB paulista, Pedro Tobias, diz que não conversou com José Aníbal sobre a taxa de inscrição para as prévias do partido. Aníbal recorreu à Justiça para barrar o processo de escolha do candidato ao governo.

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