Polícia investiga participação de 2º carro
Homens parados perto do local onde estava vereadora passaram pistas aos assassinos, suspeitam investigadores
Policiais da Divisão de Homicídios do Rio descobriram que ocupantes de um segundo carro possivelmente participaram da operação de assassinato da vereadora. Câmeras, nas imediações do local onde ela participou de evento antes de ser morta, na Lapa, registraram a presença de suspeitos, cerca de duas horas antes da chegada de Marielle. Aparentemente faziam o que a polícia chama de “abajur” – ação de inteligência, para coleta de informações.
Até ontem, sabia-se só que ocupantes de um carro prata eram os responsáveis pelos tiros que abateram a vereadora e seu motorista. Agora, o cenário que vai sendo reconstituído pode incluir um segundo veículo.
Nele, estavam homens que, suspeitam investigadores, eram responsáveis por passar informações prévias ao atirador, que estava no outro carro, no banco traseiro, do lado esquerdo. O modo como a operação pode ter sido montada, com um grupo de vigilância e outro de execução, indica que o crime foi ação de profissionais.
As imagens mostram dois homens, em um carro estacionado perto da Casa das Pretas, na Rua dos Inválidos. A existência de câmeras de segurança na via pode ter contribuído para que Marielle não fosse morta ao chegar ou ao sair do prédio.
Os suspeitos esperaram o fim do evento. Quando ela saiu, eles já estavam prontos para seguir o carro da vítima. Imagens obtidas pela TV Globo mostram quando o veículo com os suspeitos saiu, logo após a partida do automóvel de Marielle.
Uma das informações críticas obtidas pelos criminosos foi a posição em que ela se sentou no veículo, que tinha vidros cobertos por película escura, o que dificultaria saber sua posição. Como observaram o embarque, eles viram quando ela se sentou no banco traseiro, à direita, com a assessora ao lado.
Na Avenida João Paulo I, o primeiro carro emparelhou com o veículo de Marielle. Os tiros ficaram concentrados no local onde ela estava – indício da ação de atirador experiente, que conseguiu controlar os “coices” da arma e manter a mira.
Um carro que teria sido usado na ação tinha placa clonada. Ontem, detetives localizaram em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o dono do automóvel verdadeiro. Constataram que não tem ligação com o crime. A polícia ainda tenta encontrar o veículo clonado. Investigadores também percorreram as ruas dos Inválidos e do Senado, por onde o carro de Marielle foi seguido, para recolher imagens de câmeras de segurança.