Aliados propõem mudar reforma da previdência
Vereadores enviaram ofício a Doria pedindo fim da alíquota suplementar para quem ganha mais de R$ 5,6 mil
Após protestos contra a reforma da previdência em São Paulo, vereadores da base do prefeito João Doria (PSDB) propuseram ontem mudar o projeto.
Governistas da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) encaminharam ofício ao prefeito pedindo para acabar com a alíquota suplementar de 5% proposta para quem ganha acima de R$ 5.645,80, teto do INSS. Para quem ganha abaixo do teto, eles querem manter o aumento da alíquota de 11% para 14% de desconto sobre o salário.
A movimentação deve adiar a votação da reforma em primeiro turno, prevista para terça-feira. Doria havia pedido aos aliados que levassem o tema ao plenário até 6 de abril, limite para que ele renuncie ao cargo caso concorra ao governo do Estado. Agora, a primeira votação deve ocorrer entre a última semana de março e a primeira de abril.
O projeto da reforma foi aprovado na CCJ na quarta-feira, após sessão tumultuada em que uma professora teve o nariz fraturado durante briga entre manifestantes e guardas-civis municipais. Os vereadores já haviam retirado do projeto a suplementação progressiva, que previa alíquota complementar de 1% a 4%, e deixaram apenas a de 5% para quem recebe mais do que R$ 5.645,80. Agora, querem derrubar esse índice também.
A reforma é necessária, diz a gestão Doria, para estancar o rombo da previdência municipal, que teve déficit de R$ 4,7 bilhões em 2017.