Grávida e vegana tentam ajudar o Minas
Karine, que espera pelo segundo filho, e Macris, que mudou seu cardápio, tentam levar o time mais longe na Superliga
O desafio é gigante. Afinal, Sesc, do Rio, e o Vôlei Nestlé, de Osasco, dominam o cenário do vôlei feminino há 15 anos. Hoje, às 10h30, porém, o Camponesa/Minas entra em quadra para enfrentar o Fluminense no primeiro jogo nas quartas de final apostando em uma dupla de levantadoras com histórias únicas.
Aos 39 anos, Karine Guerra dá seus últimos passos no vôlei, carregando um “peso extra” e muito especial. Ela está grávida do seu segundo filho, Noah, com previsão de nascimento para o início de julho. E logo na temporada que a levantadora já havia planejado ser o último da sua carreira.
“Era uma decisão tomada antes da gravidez. Ela foi um susto, claro que bom, porque queria terminar a temporada jogando. Mas a gravidez veio de surpresa, embora planejasse ter outros filhos”, revelou Karine.
Na sua primeira gravidez, quando defendia o Praia, Karine já não atuava quando estava nesse momento da gestação. “Agora a avaliação é dia a dia”, afirmou a levantadora, que já é mãe de Anna, de três anos. Vegana. Macris foi eleita a melhor levantadora da Superliga nas últimas quatro temporadas. Com passagens pela seleção, ela busca a sua primeira final. Em 2016, ela se tornou vegana por conta do sofrimento dos animais.
Ela já enxerga melhoras físicas por conta da mudança. “Eu me recupero melhor de treinos cansativos e jogos e diminuíram as dores musculares”, exemplificou. “Não fiz transição, vi que era possível ser uma atleta saudável desse modo”, disse.
Macris recebe orientações do nutricionista do Minas para fazer a reposição dos nutrientes presentes nos alimentos de origem animal e se impressiona com o esforço de Karine nos treinos. “É mágico vê-la vivendo esse momento que é tão especial para as mulheres”, afirmou. “É para aplaudir de pé.”