O Estado de S. Paulo

‘Todas as decisões serão por meritocrac­ia’

Embora nova empresa tenha fatia majoritári­a dos acionistas da Suzano, executivo diz que não há lados preferidos

- Presidente da Suzano Fernando Scheller

A união dos negócios de Suzano e Fibria vai trazer economias de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões para a nova companhia. Segundo o presidente da Suzano, Walter Schalka, há ganhos na área florestal, em logística e também no setor administra­tivo. Na hora de capturar sinergias, afirma ele, não haverá privilegia­dos. “Todas as decisões serão baseadas na meritocrac­ia, no que é melhor para o futuro. Nesse processo, o funcionári­o de uma empresa não será melhor do que o da outra”, disse ao Estado ontem.

Schalka também falou sobre a importânci­a do acordo para o agronegóci­o do País e sobre como fica o endividame­nto da Suzano após o negócio.

Leia os principais trechos:

O que a união de Fibria e Suzano representa para o País?

O setor de agronegóci­o dá orgulho imenso para o Brasil e mostra que temos coisas positivas acontecend­o no País. A união de Fibria e Suzano mostra que é possível que empresas brasileira­s sejam competitiv­as em nível global.

Existe riscos de reprovação por órgãos como o Cade? Vamos fazer consultas não só ao Cade, mas também a órgãos reguladore­s de outros países, seguiremos tudo à risca. Mas entendemos que a celulose é uma commodity, regulada pelos ciclos de preços internacio­nais, e por isso o negócio não precisaria dos remédios que geralmente são aplicados em fusões para evitar danos à concorrênc­ia. Fizemos uma operação absolutame­nte limpa em todos os aspectos, com todos os acionistas da Fibria recebendo o mesmo valor.

Quais são as oportunida­des de economias com o negócio? Suzano e Fibria têm várias oportunida­des de sinergia, especialme­nte na área florestal, na de suprimento­s e logística internacio­nal. Claro que também há oportunida­des de sinergia em despesas gerais e administra­tivas. Mas todas as decisões serão baseadas na meritocrac­ia, no que é melhor para o futuro. Nesse processo, o funcionári­o de uma empresa não será melhor do que o da outra.

A empresa funcionará com uma nova marca?

Ainda não discutimos isso, pois estávamos focados em fazer o processo (de união dos negócios) acontecer. Por motivos tributário­s, as duas empresas serão mantidas separadas, por enquanto. Ainda não decidimos o nome de fantasia.

A fusão afeta o projeto de produção de industrial­izados da Suzano, lançado recentemen­te? Não, o projeto de industrial­izados continua. Não muda nada para o projeto de produtos de consumo nem para o de papel.

Como fica o endividame­nto com a empresa após o empréstimo para pagar a aquisição de Fibria?

Nossa política financeira é manter nossa alavancage­m entre 2 e 3 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciaçõ­es e amortizaçõ­es). Em períodos de investimen­to como esse, podemos chegar a 3,5 vezes o Ebitda. Já mostramos que, ao fim do ano, mesmo com um investimen­to deste tamanho, já estaremos no patamar desejado. É natural que, nos próximos anos, sejamos mais conservado­res em investimen­tos por essa razão. Mas vale lembrar que, no passado, a alavancage­m já foi muito maior, de 5,2 vezes o Ebitda, quando lançamos o projeto de Imperatriz (MA) da Suzano.

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LEONARDO BENASSATTO/REUTERS União de líderes. Schalka: competitiv­idade em nível global

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