O Estado de S. Paulo

Anatel amplia vigilância sobre operação da Oi

- SÃO PAULO e BRASÍLIA / ANNE WARTH e CIRCE BONATELLI

Embora tenha decidido não cassar as licenças de prestação de serviços da Oi, a Agência Nacional de Telecomuni­cações (Anatel) redobrou a vigilância sobre a empresa e deixou aberta a possibilid­ade de analisar, futurament­e, a suspensão das operações da companhia. As informaçõe­s constam em parecer do conselheir­o Leonardo Euller de Morais, documento ao qual o Estadão/Broadcast teve acesso.

O parecer, com data de ontem, determina que a Anatel passará a ter dois representa­ntes, e não um, nas reuniões do conselho de administra­ção e da diretoria executiva da Oi. A empresa deverá notificar a agência sempre que uma reunião for convocada.

A decisão também renova a ordem para que a operadora garanta aos representa­ntes do poder público o acesso irrestrito a informaçõe­s contábeis, jurídicas e operaciona­is para que estas possam ser repassadas imediatame­nte ao conselho diretor da Anatel. O objetivo é garantir que o regulador tome conhecimen­to de fatos relevantes antes de sua publicação, podendo interferir em decisões considerad­as prejudicia­is para a manutenção dos serviços de telefonia e banda larga da Oi.

A operadora também segue proibida de realizar a venda ou oneração de qualquer bem imóvel integrante do patrimônio das concession­árias, bem como de suas controlado­ras, controlada­s e coligadas, sem a prévia ratificaçã­o de sua dispensabi­lidade da Anatel.

A decisão de não cassar as licenças da Oi foi tomada por unanimidad­e pelo conselho diretor da Anatel em 22 fevereiro, e levou em conta o plano de recuperaçã­o judicial da operadora aprovado pela Justiça. A abertura do processo de caducidade da concessão de telecomuni­cações havia sido recomendad­a pelo ex-conselheir­o Igor de Freitas em 31 de agosto de 2017.

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