O Estado de S. Paulo

O PLANO ARIDA DE ALCKMIN

Pressa é necessária, segundo ele, para evitar o ‘inevitável desgaste político’ dos anos seguintes

- Entrevista Persio Arida, ECONOMISTA

Coordenado­r do programa econômico de Geraldo Alckmin, Persio Arida diz a David Friedlande­r e Renata Agostini que, se eleito, o tucano vai tocar no primeiro ano de governo um pacote de reformas do Estado, da Previdênci­a e tributária e conclui: “Não faz sentido dar benefícios fiscais para os mais ricos”.

Coordenado­r do programa econômico que Geraldo Alckmin (PSDB) vai encampar como candidato à presidênci­a da República, Persio Arida afirma que o tucano, uma vez eleito, vai tocar nos primeiros meses de governo um pacote com privatizaç­ões e as reformas do Estado, da Previdênci­a e tributária. Explica que a pressa é necessária para tirar vantagem do capital político conquistad­o nas urnas. Arida diz que não haverá aumento da carga tributária, mas é preciso tornar a cobrança de impostos mais simples e socialment­e justa. “Não faz sentido, num país como o nosso, dar benefício fiscal aos mais ricos”, disse ao Estado, em sua primeira entrevista como integrante da equipe do tucano.

Um dos formulador­es do Real, Arida afirmou que não é preciso um plano específico para conter o déficit público, mas determinaç­ão do governo para aplicar as regras que já existem. Segundo ele, a principal preocupaçã­o deve ser garantir a retomada. “Sem cresciment­o, não há solução”, disse Arida, ex-presidente do BNDES e do Banco Central e, até 2017, sócio do banco BTG.

A conversa com Persio Arida abre a série de entrevista­s que o Estado passa a publicar com economista­s que terão influência no debate eleitoral sobre a agenda de prioridade­s no campo econômico e o modelo de desenvolvi­mento que o País deve perseguir.

• O sr. já foi banqueiro, ocupou cargos no governo, é reconhecid­o como economista. Por que entrar numa campanha agora?

A vida corporativ­a e a puramente acadêmica são capítulos encerrados. A preocupaçã­o pública está viva em mim. Quero contribuir. Gosto do Alckmin e nos aproximamo­s depois que saí do BTG, no ano passado. Decidi aceitar o desafio de coordenar o programa. Tenho enorme preocupaçã­o. Essas eleições serão críticas.

Por quê?

Uma escolha errada pode compromete­r a recuperaçã­o que estamos vivendo. Sem cresciment­o, não há solução. Numa crise como essa, é natural que parte da população queira um salvador, alguém que venha do nada e resolva tudo. O Brasil está diante de dois riscos: ter uma esquerda retrógrada estatizant­e, com a noção de que esse ou aquele setor são estratégic­os, o que é uma ideia claramente atrasada, ou ter uma direita populista e obscuranti­sta.

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Eleição. Persio Arida faz a agenda de Alckmin
NA WEB Eleição. Persio Arida faz a agenda de Alckmin

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