Petista revê posição em impeachment de Collor
Após enfrentar o impeachment de Dilma Rousseff e com a proximidade de o ex-presidente Lula ser preso, petistas estão revendo suas posições. Um dos pioneiros do partido, o senador Paulo Paim (RS), diz que hoje “pensaria dez vezes antes de votar” pela cassação de Fernando Collor. O mea-culpa foi feito em aparte a discurso do colega no Senado. “Dou este depoimento por questão de justiça. Votei pelo impeachment, mas a única coisa que fica na cabeça é a tal caminhonete Elba.” Collor emenda: “Uma carroça”. “Uma carroça”, concorda Paim.
» Novos amigos. O discurso na última quinta-feira surpreendeu até Collor. Paim encerrou enaltecendo a “firmeza e coragem” do ex-presidente “em se apresentar como candidato” ao Palácio do Planalto.
» Agora serve. Ex-petista, a senadora Marta Suplicy, hoje no MDB, seguiu elogiando a candidatura de Fernando Collor: “A presença de V. Exa. na disputa vai propiciar um debate de altíssimo nível. É muito bem vinda. Acho que sim, não é?”, afirmou no plenário.
» Silêncio... O ministro Carlos Marun, da articulação política, pediu aos líderes governistas que contestassem, em discurso, o pedido de quebra de sigilo bancário do presidente Temer feito pelo ministro do STF, Luis Roberto Barroso.
» ...ensurdecedor. Ninguém se aventurou. “Nem todo mundo nasceu no Alegrete”, diz Marun, se vangloriando. Eleito por Mato Grosso do Sul, o ministro é natural de Porto Alegre (RS) e promete pedir o impeachment de Barroso.
» Sigilo total. O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), guarda a sete chaves o nome do novo ministro da Saúde, que vai indicar com a saída de Ricardo Barros para disputar a eleição de deputado federal. A cautela é para evitar queimar o nome escolhido.
» Simples assim. Interlocutores do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) dizem que a ele só interessa se candidatar ao Planalto pelo MDB por um motivo: precisa de tempo de TV para resolver o seu maior problema na eleição, se tornar conhecido do eleitorado.
» Carta na manga. O senador Roberto Requião (MDB-PR) foi cotado pelo PT para ser o “plano B” do partido caso a candidatura do ex-presidente Lula seja barrada pela Justiça.
» Passo a passo. Requião se filiaria à sigla para se candidatar como vice de Lula. Se o ex-presidente for impedido, Requião assumiria a cabeça de chapa. O projeto já foi abortado por sofrer resistências na sigla. O exprefeito Fernando Haddad voltou a ser considerado.
» Time. O ex-prefeito de Marília Vinícius Camarinha (PSB) representa o vice-governador e candidato ao Palácio dos Bandeirantes, Márcio França (PSB), em eventos políticos, onde sugere que pode ocupar a chefia do seu governo.
» Só que não. França nega que Camarinha vá compor sua equipe a partir de abril, quando assume o governo. “Será candidato a deputado federal”, diz. O ex-prefeito foi indiciado por falsidade ideológica e documentos falsos. Ele nega os crimes.