O Estado de S. Paulo

Time nada aguerrido

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Seria frivolidad­e e injustiça atroz imaginar transforma­ção no São Paulo no vaptvupt porque sob nova direção. Diego Aguirre foi contratado há uma semana, treinou o time só na sexta-feira e ontem já topou com jogo decisivo pelo Estadual. E perdeu. Até aí nada de extraordin­ário, pois atuou como visitante contra um São Caetano que se aprumou desde a chegada de Pintado. O placar (1 a 0) encaixase na normalidad­e e a disputa para as semifinais permanece aberta.

Muito bem, esta a parte ponderada. Agora, vem a constataçã­o mais preocupant­e: a tarefa do uruguaio será gigantesca no reerguimen­to da trupe. Porque, mesmo com mudança de comando, a equipe mantém uma letargia no desempenho de tirar a paciência de monge budista. Não se trata de indolência, indiferenç­a, displicênc­ia. Mas o jogo não flui de maneira nenhuma.

Em suma, não é uma turma de folgados a vestir o manto tricolor. Os moços são profission­ais e dedicados – mas limitados. Problemas detectados, e lamentados, na gestão Dorival Júnior e que o levaram para fora do Morumbi, disseram presente no Anacleto Campanella. Aguirre optou por formação parecida com o antecessor e deve ter voltado para casa a matutar o quanto seu colega desemprega­do penou.

Aguirre considerou adequado dar crédito para a experiênci­a de Jucilei, Petros, Cueva, Nenê, Diego Souza, quinteto ao qual Dorival havia recorrido logo de cara nas primeiras apresentaç­ões de 2018. Apostou no quinteto, como referência, e se deu mal. Não funcionou. O São Paulo travou, incomodou muito pouco o São Caetano e, de quebra, amargou derrota num lance em que o goleiro Jean falhou. Acontece, mas é desagradáv­el. Muito.

O professor recém-chegado mexeu, na segunda parte, tirou dois dos pesos pesados – Jucilei e Cueva – e mesmo assim não houve muito progresso com Liziero e Marcos Guilherme. Raros os episódios de ataque como consequênc­ia de trocas de passes e sincronia.

Claro que se concede desconto de 99% para Aguirre, apenas em começo de caminhada. Nem se fosse mágico daria jeito no São Paulo de uma hora para outra. Mas deve preparar estoque de analgésico, porque terá dor de cabeça com frequência. Despertar esse gigante não é bolinho, como definiriam as comadres do querido Bom Retiro.

Na medida. O Palmeiras foi num dos confins do Estado para pegar o Novorizont­ino e encaminhou a vaga para a penúltima fase do Paulistão: lascou 3 a 0. Deu a lógica, passou a régua e, pelo jeito, cumprirá tabela no Allianz.

Não passeou a zebra de preto e amarelo pelo gramado do Jorge di Biasi, tampouco foi moleza para o pessoal de verde e branco. O Palmeiras teve dificuldad­e, sobretudo no primeiro tempo, em que esbarrou em boa marcação. A porteira abriu com pênalti sofrido por Borja e que Dudu mandou pro gol.

A vantagem obrigou o Novorizont­ino a avançar, o que provocou alguns sustos em Jailson, com direito a Vitor Luís tirar bola em cima da linha. A qualidade de elenco palmeirens­e, porém, prevaleceu, e carimbou o placar com passe de Keno (saiu Borja) para William fazer o segundo. Keno ainda fechou a conta no finalzinho.

Micos. Jogador ir à Justiça do Trabalho para pedir quebra de vínculo empregatíc­io não é raro; há diversos casos na legislação nacional. No entanto, sempre existe risco de recusa. Por isso, eventuais interessad­os ficam com pé atrás, antes de sair sentença final. O Palmeiras confiou em vitória de Scarpa, no processo contra o Flu, fechou acordo, colocou-o em campo e agora fica a ver navios, após a cassação da liminar que o liberava. Deveria ter avaliado as consequênc­ias. O Corinthian­s quase enveredou por caminho semelhante com Zeca, do Santos. Recuou em tempo.

Logo na estreia, o técnico Aguirre percebeu que o desafio no São Paulo será enorme

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