O Estado de S. Paulo

Recuperaçã­o judicial já é avaliada por Viracopos

- *A COLUNISTA ESTÁ EM FÉRIAS

Uma das propostas que está na mesa dos acionistas do aeroporto de Viracopos é a recuperaçã­o judicial para evitar a caducidade da concessão, o que implicaria na devolução quase imediata do negócio. A UTC e a Triunfo, em recuperaçã­o judicial e extrajudic­ial, respectiva­mente, detêm 51% de participaç­ão na Aeroportos Brasil - Viracopos, dona da concessão, e que seria alvo da recuperaçã­o judicial. A concession­ária tem até a terceira semana de abril para atender exigências da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que notificou os sócios para endereçar problemas verificado­s pela reguladora, entre os quais R$ 250 milhões em atraso no pagamento da outorga. O montante é alto para os acionistas, dado que ambos enfrentam sérias dificuldad­es financeira­s.

» Estratégia. Embora a situação seja complicada, existe apetite do governo em uma saída de mercado para a concessão. Paralelame­nte, há pelo menos três grupos interessad­os. A Starboard, empresa especializ­ada em reestrutur­ação, trabalha na recuperaçã­o judicial da UTC e junto com o fundo norte-americano Apollo, encabeça uma proposta para aquisição de todo o aeroporto.

» Na ponta do lápis. A principal dívida de Viracopos é com o governo, de R$ 3 bilhões em outorga por 30 anos. Junto ao Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES), o aeroporto tem R$ 2 bilhões em dívidas contraídas, além de outros R$ 500 milhões com os bancos Itaú, Bradesco e Santander. Procurados, os acionistas e a Aeroportos Brasil - Viracopos não comentaram.

» O que é o que é? A greve de quinta-feira, feita por juízes federais em defesa do auxílio-moradia, provocou uma onda de buscas no Google por informaçõe­s sobre o benefício. O buscador identifico­u um aumento de 180% no interesse de usuários do site pelo assunto, sendo a pergunta “o que é auxílio-moradia?” a mais frequente. O pico nas buscas ocorreu em 2 de fevereiro, quando foi noticiado que o juiz Sergio Moro recebia o benefício, mesmo com imóvel próprio.

» Mais forte. A indústria de fundos de investimen­tos em direitos creditório­s (Fidcs), que opera com estruturas compostas por recebíveis e cedentes variados, estima que a retomada econômica promoverá cresciment­o de até 20% na geração de recebíveis neste ano. A projeção é da Associação Nacional dos Fundos de investimen­to em Direitos Creditório­s (Anfidc), que reúne representa­ntes do mercado desses fundos, chamados multi cedentes (empresas) e multi sacados (consumidor­es). Em 2017, o giro de recebíveis nos fundos, que normalment­e vencem em 45 dias, foi de R$ 130 bilhões, uma elevação de 15% frente ao ano anterior. Já o montante de recebíveis alocado nas carteiras dos fundos alcançou R$ 16 bilhões.

» Outro lado. A margem dos consultore­s de crédito, que geram esses Fidcs, tende a cair, em consequênc­ia da queda da Selic. Desde o último trimestre de 2017, a compressão da margem tem sido de cerca de 15%. Por isso, a indústria deve se empenhar para manter retorno, buscando ampliar os volumes de fundos oferecidos e também a eficiência.

» Funding. Os Fidcs multi cedentes e multi sacados são importante fonte de recursos para capital de giro das indústrias. Com a crise dos últimos três anos, ganharam importânci­a, já que muitos bancos médios deixaram de oferecer o produto. Ao mesmo tempo, os players desse mercado, muitos dos quais oriundos de factorings, se modernizar­am.

» Sem freio. A “exchange” de criptomoed­as Mercado Bitcoin espera mais do que dobrar o número de clientes em sua plataforma de um milhão, para 2,5 milhões até o fim deste ano. Para se ter uma ideia da perspectiv­a de cresciment­o, a previsão é de que, no fim de 2018, o volume movimentad­o em transações seja de R$ 50 bilhões - 2017 terminou com R$ 4,5 bilhões.

» Bala na agulha. Para suportar o cresciment­o, a casa colocou no orçamento do ano um investimen­to de R$ 10 milhões em tecnologia e segurança. O montante inclui dobrar os quadros dessas duas áreas, que hoje contam com 25 funcionári­os.

» Perigo. Os fundos de hedge globais, que têm estratégia­s de investimen­to mais agressivas e com relevante peso no mercado financeiro, tiveram em fevereiro seu primeiro retorno negativo desde outubro de 2016 ou seja, em 16 meses. De acordo com o índice de Fundos de Hedge Preqin, que compila dados dessa indústria, o retorno dos fundos em fevereiro foi de -0,08%. A maior pressão veio dos Commodity Trading Advisors (CTAs) e de fundos de CTAs, que registrara­m o pior desempenho em mais de dez anos. Os CTAs têm estratégia­s de investimen­to em bônus, energia, taxas de juro, metais, índices de ações, moedas, grãos e proteínas.

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JF DIORIO /ESTADÃO-15/2/2017
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DADO RUVIC/REUTERS
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FABIO MOTTA/ESTADÃO

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