O Estado de S. Paulo

A melhora das expectativ­as do quadro fiscal

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A situação fiscal do País continua a ser muito delicada e isso não mudará até que sejam votadas reformas estruturai­s, como a da Previdênci­a, mas as expectativ­as para 2018 e 2019 parecem ser um pouco melhores. É o que mostra a publicação mensal Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda, que reflete as opiniões de consultore­s econômicos ouvidos pelo governo federal. O déficit primário deste ano, por exemplo, poderá atingir o máximo de R$ 159 bilhões, mas o Prisma Fiscal estima que o desequilíb­rio se limitará a R$ 129,1 bilhões, R$ 30 bilhões abaixo do teto.

A projeção para o déficit decorre de expectativ­as melhores tanto para a arrecadaçã­o das receitas federais e para a receita líquida do governo central como para as despesas da União. Entre fevereiro e março, o acréscimo previsto na receita líquida é de quase R$ 4 bilhões, para um total de R$ 1,224 trilhão. A despesa total, pelo mesmo critério de comparação, deverá cair quase R$ 4 bilhões, para R$ 1,360 trilhão.

Como resultado, a previsão de dívida bruta do governo geral caiu de 75,5% do Produto Interno Bruto (PIB) prevista em fevereiro para 75% do PIB calculada em março. As estimativa­s decorrem de fatos concretos, como a recuperaçã­o da arrecadaçã­o observada até janeiro pela Receita Federal e as expectativ­as dos agentes econômicos de que o ritmo da atividade continuará em aceleração.

As projeções de curto prazo relativas à despesa e ao resultado primário do governo central mostram um cenário ainda melhor a partir de maio, estendendo as tendências positivas para o segundo semestre.

As estimativa­s para 2019 são igualmente melhores, tanto do ponto de vista da arrecadaçã­o e da receita líquida do governo como da dívida bruta e do resultado primário. Em fevereiro, os agentes econômicos previam que o déficit primário de 2019 seria de R$ 119 bilhões, valor que caiu para R$ 111,9 bilhões na estimativa deste mês.

Não se deve imaginar que a recuperaçã­o das contas fiscais seja expressiva a ponto de levar as agências de classifica­ção de risco a elevar as notas brasileira­s. Tampouco se deve ignorar os riscos que dominam o cenário político e as eleições.

Mas parece evidente que a política fiscal do governo Temer está alcançando resultados concretos, que já são constatado­s nas pesquisas do Ministério da Fazenda.

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