O Estado de S. Paulo

‘Alguns temas são tristement­e atuais’

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Apesar de Tempo de Amar ser de época, você tratou de temas atuais, como febre amarela?

Eu tinha de falar da febre amarela, porque realmente houve essa epidemia lá, foi muito grave, mas de uma maneira inserida na trama. E, no dia que foi ao ar o capítulo em que Geraldo pega febre, assisti ao SPTV, em que falaram exatamente da questão da febre amarela.

Houve outros temas...

Sim, alguns temas são tristement­e atuais. Quando fala da corrupção daquela época, na República Velha, que continua a mesma coisa até hoje; a impunidade dos políticos, que continua até hoje, a questão da saúde pública sucateada. Cem anos depois, continua a mesma coisa. É triste, né?

• Diante do novo modelo de se consumir dramaturgi­a por causa das séries, como é fazer sucesso com esse formato mais tradiciona­l de folhetim?

No começo, houve um certo estranhame­nto. Acho que o que fez com que as pessoas acabassem gostando foi exatamente o momento que estamos vivendo, um momento tão obscuro, tão triste, tão difícil, você não sabe o que vai acontecer, não sabe em quem confiar. Aí você vê uma novela que fala de sentimento­s humanos, de amor, de compaixão, de uma maneira delicada, colocando as pitadas da realidade. As pessoas começaram a olhar esse como um momento em que havia uma certa calma. Acho que foi aí que pegou. E foi bacana.

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RAMÓN VASCONCELO­S/GLOBO

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