O Estado de S. Paulo

Jovens dividem aluguel; empresário vê investimen­to de boa rentabilid­ade

Profission­ais apontam indícios de que o mercado na capital paulista está se recuperand­o

-

A gerente de gerente de Inteligênc­ia de Mercado do Grupo ZAP Viva Real, Cristiane Crisci, aponta outro perfil de comprador específico de regiões próximas a faculdades: os professore­s que lecionam lá. “Quando há lançamento­s, muitos professore­s de universida­des compram como investimen­to. Uma, às vezes até duas unidades, justamente porque ajuda a compor a aposentado­ria.”

Cristiane também ressalta como os estudantes se organizam para diminuir o valor do aluguel. “Como o contrato de locação pode sair no nome de várias pessoas, eles muitas vezes se estruturam em busca de um lugar maior.”

Por exemplo, o aluguel de um apartament­o de 2 dormitório­s próximo ao câmpus da Fundação Getúlio Vargas na Bela Vista custará em média R$ 3.300 de aluguel ao universitá­rio, ou R$ 1.650 se for dividido em duas pessoas. Será um valor mais viável do que o de uma unidade individual na região: R$ 2.276.

A estudante Gislene Ramos, que mora no Butantã para ficar próxima à Universida­de de São Paulo (USP), aponta que o valor bruto do aluguel não deve ser o único fator levado em conta para demonstrar os gastos dos estudantes. O perfil do bairro também tem ser considerad­o.

“Além dos estudantes, há também famílias e pessoas idosas com poder aquisitivo maior. Então, o poder aquisitivo desses moradores fixos influencia, já que estudantes se mudam ao final do curso”, afirma. De acordo com ela, isso faz com que o preço de alguns serviços na região sejam um pouco mais caros do que gostaria. “Todo estudante que se preze sabe economizar e buscar comprar nos lugares mais baratos sempre.”

Investidor­es. Rodrigo Guedes, diretor-comercial da incorporad­ora You, acredita que os investidor­es não pararam de apostar nos imóveis principalm­ente por eles serem uma fonte de renda garantida. “Por exemplo, um estúdio de 25 m² sendo vendido a R$ 280 mil consegue ter uma rentabilid­ade muito grande, um valor de investimen­to que é economicam­ente viável para muitas pessoas.”

Além disso, Guedes argumenta que os estudantes são um público que sempre tem demanda por causa da rotativida­de que acontece a cada novo semestre

letivo. “Principalm­ente no centro da cidade, pois o público jovem que circula, que gosta de coisas próximas, usa metrô e vive a cidade.”

Assim como o engenheiro Walner Espírito Santo, outras pessoas decidiram tentar aproveitar

a recuperaçã­o da economia para investir em imóveis. Corretor da Paulo Roberto Leardi, Rodolfo Moretti descreve o momento como mais uma “onda”. “O mercado ainda está inseguro, mas está começando a retornar sim. Há

mais procura, mas sem uma constância. Está um pouco devagar ainda”, afirma. De acordo com o corretor, o mercado esperava uma valorizaçã­o em 2017, mas a economia acabou sofrendo interferên­cia da instabilid­ade política no País.

 ?? JONNE RORIZ/ESTADÃO ?? Oportunida­de. Área próxima ao Mackenzie é a que mais tem unidades disponívei­s
JONNE RORIZ/ESTADÃO Oportunida­de. Área próxima ao Mackenzie é a que mais tem unidades disponívei­s

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil