Empresa leva equipamento a comunidades do Rio
Empreendedor está em contato com Prefeitura de São Paulo para aplicar o projeto na capital paulista
O aspecto social decorrente da democratização do acesso à energia solar foi o que inspirou Henrique Drumond e Michel Baitelli a criarem a Insolar.
“Pensamos no potencial de impacto que a tecnologia teria para o País. Ao instalar energia solar em uma creche, por exemplo, durante mais de 30 anos a instituição não terá de pagar conta de energia”, diz Drumond.
Ele conta que a ideia surgiu em dezembro de 2013, durante uma maratona de negócios sociais realizada pelo Sebrae-RJ. “No ano seguinte, iniciamos um projeto piloto na comunidade Santa Marta, para avaliar a receptividade da população.”
A iniciativa teve apoio de empresas e órgãos do primeiro, segundo e terceiro setores, e do consulado da Alemanha. “A ideia deu tão certo que replicamos as instalações em praticamente todos os espaços comunitários do Santa Marta, como escolas, centros culturais e centros esportivos.”
Segundo ele, a receita da Insolar vem da instalação de sistema de energia solar em residências e empresas, sendo que parte do faturamento é revertido ao projeto. Ele diz que acaba de obter apoio do fundo socioambiental da Caixa Econômica para expandir a ação para mais 14 comunidades do Rio de Janeiro.
“Com esse apoio pudemos, finalmente, implementar nosso modelo de negócio, agora com foco nas empreendedoras dessas comunidades. As novas instalações não serão mais patrocinadas, pois elas terão financiamento subsidiado.”
Ele explica que as beneficiárias poderão pagar o equipamento com o dinheiro que seria usado para pagar a conta de luz. “Para ganhar escala, não dá para oferecer o sistema de forma gratuita. Oferecer financiamento subsidiado é o modelo que consideramos economicamente viável, sustentável e escalável.”
Drumond afirma que esse tipo de iniciativa gera uma injeção direta de receita no capital de giro desses estabelecimentos. “É um meio de promover prosperidade, principalmente em territórios de vulnerabilidade. Além de ter o aspecto de proteção ambiental.”
Segundo ele, esses locais têm enorme potencial humano, social e tecnológico. “Percebemos que o potencial fica ainda maior quando levamos tecnologia de ponta de maneira acessível.”
Ele afirma que está em tratativas com a prefeitura de São Paulo para iniciar projetos semelhantes na cidade. “Também estamos conversando com BNDES e outras organizações para viabilizarmos linhas de crédito atrativas”, conta.