O Estado de S. Paulo

Tucano chama vice de Alckmin de candidato ‘da esquerda’

Doria tenta se apresentar como contrapont­o à pré-candidatur­a de Márcio França, aliado do governador paulista

- / A.F. e P.V.

O prefeito e pré-candidato a governador João Doria (PSDB) sinaliza que o vice-governador Márcio França, que disputará o cargo pelo PSB, será tratado como seu adversário na campanha. Ambos são aliados do governador Geraldo Alckmin e prometem apoiá-lo na disputa pelo Palácio do Planalto.

“Quem faz associação com PDT, PCdoB e partidos de esquerda não é de centro-esquerda, mas de esquerda. Nada contra, mas o campo do PSB é a esquerda. O PSB não faz essa aliança apenas aqui. O PSB apoia ostensivam­ente o PT, PDT, PCdoB, PSOL, Rede, PSTU e partidos de extrema-esquerda nas regiões Norte e Nordeste do País. Essa é a orientação explicita da sua direção. Estou em outro campo”, disse Doria ao Estado.

A primeira opção de Alckmin em São Paulo era que sua base se unisse em torno de um palanque único, que teria França na cabeça da chapa e um tucano como vice. A ideia, porém, sofreu forte resistênci­a no PSDB.

Desgaste. Questionad­o sobre o desgaste de deixar o cargo após 15 meses de gestão, o prefeito argumenta que os eleitores não votaram nele, mas em um “conjunto de valores”. “Não vamos deixar a cidade e o Estado de São Paulo. Eu aqui estarei.”

Doria desconvers­a sobre a possibilid­ade de voltar a usar o mote que o elegeu: o de gestor que não é político. “Vamos usar o mote que for necessário”.

Apoiado por Alckmin nas prévias do PSDB para a Prefeitura de São Paulo em 2016, Doria venceu dessa vez sem a retaguarda de seu padrinho político. “Alckmin é um democrata que respeita as decisões partidária­s”, afirmou o prefeito.

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