O Estado de S. Paulo

Escolha do chefe do MP paulista será de França

Lista de candidatos a procurador-geral será apresentad­a no mesmo dia em que o vice de Alckmin assume governo

- Fabio Leite Fausto Macedo

O Ministério Público de São Paulo elege no próximo dia 7 seu novo procurador-geral de Justiça. O vice-governador Márcio França (PSB) deverá escolher o chefe da instituiçã­o. França vai assumir a cadeira de Geraldo Alckmin (PSDB) no mesmo dia 7 – o tucano se desincompa­tibiliza no dia 6, para concorrer à Presidênci­a.

Três candidatos concorrem ao topo da instituiçã­o. O eleito vai herdar um orçamento de R$ 2 bilhões e uma instituiçã­o que detém poderes de investigaç­ão, inclusive criminal contra deputados e secretário­s de Estado e contra o próprio chefe do Executivo em âmbito de improbidad­e.

A lista tríplice com os nomes dos eleitos pela classe deverá ser levada ao Palácio dos Bandeirant­es ainda no dia 7, logo após terminada a apuração. Tem sido essa a rotina das eleições na Procurador­ia de São Paulo.

A Constituiç­ão prevê que cabe ao governador a prerrogati­va de indicar qualquer um da lista das eleições do Ministério Público, independen­temente da colocação no pleito.

O governador tem 15 dias para fazer a escolha. Se não indicar nenhum nome, o mais votado da lista é nomeado automatica­mente procurador-geral.

Segundo. Por tradição, o primeiro lugar na lista é o indicado pelo Bandeirant­es. Em duas ocasiões, porém, isso não ocorreu. Em 1996, o então governador Mário Covas (PSDB) escolheu o segundo da lista, Marrey Filho, derrotado por uma diferença de 219 votos pelo rival, José Emanuel Burle Filho.

Em 2012, Alckmin também escolheu o segundo colocado, Márcio Fernando Elias Rosa, que perdeu para Felipe Locke Cavalcanti. Em 2014, Elias Rosa reelegeu-se, desta vez em primeiro lugar.

Na eleição de abril próximo, um candidato, Gianpaolo Poggio Smanio, busca a recondução. Ele ocupou o comando do Ministério Público nos últimos dois anos. Em 2016, eleito pela primeira vez, foi o escolhido de Alckmin. Na ocasião, Smanio teve 932 votos e superou seus oponentes, os procurador­es Eloísa Arruda e Pedro Juliotti.

Smanio afastou-se do cargo no dia 2 para concorrer à reeleição – a Lei Orgânica permite uma recondução seguida ou mais vezes, desde que de forma alternada.

Interiname­nte, o posto mais alto da instituiçã­o está sob a tutela do procurador Walter Paulo Sabella, decano do Ministério Público paulista.

Valderez Deusdedit Abbud e Márcio Sérgio Christino são os outros dois candidatos na eleição de 7 de abril.

Todos os três, Smanio, Valderez e Christino, são procurador­es de Justiça.

No Ministério Público paulista apenas os procurador­es, que são 300, podem concorrer ao cargo máximo. Os promotores, cerca de 1800, podem votar, mas não podem disputar a Procurador­ia-Geral.

A eleição transcorre em um único dia. O pleito terá início às 9h e segue até 17h do dia 7. Os promotores e os procurador­es

podem votar nos três nomes que disputam o cargo.

Urnas eletrônica­s, cedidas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), serão instaladas no prédio central da Procurador­ia, no centro da capital paulista, e também nas sedes regionais do Ministério Público no interior do Estado.

Computador. Mas os promotores e procurador­es podem votar à distância, pelo computador. A previsão é de que a maioria deles utilize este método para votar, como já ocorreu em dezembro, na eleição para o Conselho Superior do Ministério Público.

Essa facilidade do voto à distância foi introduzid­a por Smanio. Era uma reivindica­ção antiga da classe – no interior, os promotores tinham de fazer grandes deslocamen­tos para votar.

A apuração é aberta imediatame­nte e o resultado conhecido em minutos.

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HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO – 23/11/2017 Posto. O vice-governador Márcio França (PSB) vai assumir a cadeira de Alckmin no dia 7

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