O Estado de S. Paulo

Supremo prevê gastar até R$ 1 milhão com carros

STF faz pregão para contratar empresa que prestará serviços de limpeza e manutenção de sua frota; assessoria da Corte alega ‘economia de escala’

- Felipe Frazão / BRASÍLIA

O Supremo Tribunal Federal vai contratar uma empresa que ofereça uma rede com lava jatos e oficinas mecânicas para limpeza e manutenção de sua frota de carros. O pregão presencial ocorrerá hoje, com custo máximo anual estimado em R$ 1.144.273,53. No ano passado, despesas com serviços, incluindo aquisição de autopeças, pneus e lavagem dos veículos oficiais, custaram R$ 292.510,65.

O novo contrato de higienizaç­ão e reparo dos automóveis do STF incluirá esses gastos. A empresa deverá administra­r e gerenciar a manutenção preventiva (inclusive de fábrica) e corretiva, além da higienizaç­ão dos veículos numa rede própria, com estabeleci­mentos credenciad­os.

O Supremo tem ao todo 88 veículos, incluídos os carros executivos de representa­ção dos ministros, de oficiais de Justiça, de segurança, vans e utilitário­s de carga para transporte de processos. O gasto total com a frota foi de R$ 4.550.588,46 em 2017. Além das despesas de limpeza e manutenção, que serão centraliza­das com o novo contrato, entraram na conta de custos globais do ano passado R$ 3.771.900,34 referentes ao contrato de condutores (uma terceiriza­da fornece 56 motoristas ao Supremo) e dispêndios de R$ 486.177,47 com abastecime­nto (combustíve­l), seguro, taxas do Detran-DF (seguro obrigatóri­o) e o rastreamen­to por satélite (GPS) dos carros. Todos esses gastos permanecer­ão vinculados a contratos individuai­s, conforme o Supremo.

Se o STF usar serviços de oficina e lava jato na quantidade máxima prevista no pregão, o custeio dos veículos oficiais poderá chegar a R$ 5.402.351,34, valor 18,7% superior ao de 2017.

A frota do Supremo tem 18 carros executivos, de representa­ção. Os mais modernos são 12 Hyundai Azera, anos 2014 e 2016, usados para transporte dos ministros. Esses carros recebem tratamento diferencia­do pela Seção de Transporte­s do STF. Enquanto a frequência prevista para a lavagem da frota em geral será de no máximo uma vez por semana, os carros dos ministros poderão ser levados ao lava jato três vezes semanalmen­te. Segundo a Corte, a utilização desses veículos é mais frequente.

O STF pede que os lava jatos credenciad­os fiquem num raio de 10 quilômetro­s de distância da sede do tribunal, na Praça dos Três Poderes, região central de Brasília. A rede para manutenção da frota deve ter pelo menos três oficinas.

As despesas são realizadas por meio de um cartão de crédito entregue aos funcionári­os, referente a cada carro. A fatura será quitada posteriorm­ente pelo Supremo junto à fornecedor­a.

‘Escala’. A assessoria de imprensa do STF afirma que o contrato deverá gerar “economia de escala”. O edital exige descontos de 3% no custo total de cada serviço realizado e a empresa só receberá pelo que for gasto. Ou seja, o STF não será obrigado a pagar R$ 1,144 milhão à fornecedor­a se as despesas não atingirem este valor. “O repasse será apenas no montante dos serviços efetivamen­te prestados.”

De acordo com o Supremo, a licitação para manutenção e lavagem da frota vai permitir a centraliza­ção de gastos e pode gerar economia. Hoje, as despesas são pagas a fornecedor­es contratado­s separadame­nte.

“Atualmente, temos contratos individual­izados para fornecimen­to de peças e serviços (manutenção) e higienizaç­ão da frota. Essa nova contrataçã­o visa à economia em escala, bem como melhorar a gestão em relação à frota”, disse a Corte.

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