Grupo se mobiliza contra fake news sobre vereadora
Postagens na internet dizem que Marielle seria ligada ao tráfico; PSOL recebeu 11 mil denúncias de informações falsas
O departamento jurídico do PSOL e parentes de Marielle iniciaram mobilização para coletar provas e denunciar pessoas que têm usado as redes sociais para compartilhar informações falsas e difamar a vereadora. Até ontem, eles haviam recebido mais de 11 mil denúncias.
No Facebook e no Twitter e em áudios pelo Whatsapp, internautas têm divulgado informações – não comprovadas – de que ela teria ligação com o tráfico e que sua morte estaria relacionada a isso. Em um áudio, um homem não identificado afirma que ela só foi eleita por ter apoio de criminosos.
A tese foi reproduzida por uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio no Facebook. “Foi eleita pelo Comando Vermelho (facção) e descumpriu ‘compromissos’ assumidos com seus apoiadores”, escreveu a juíza Marília Neves. O PSOL entrou com representação no Conselho Nacional de Justiça contra ela.
O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) foi outro que reproduziu fake news nas redes sociais. Ele escreveu no Twitter que, além de ser ligada ao Comando Vermelho, a vereadora era usuária de drogas e era exmulher de um traficante.
O Estado tentou contato ontem com a juíza e Fraga, mas não obteve resposta. Ambos já apagaram as publicações.
Indignação. “Prometi a mim mesma que ia sair do Facebook, não ia olhar, mas não aguentei. Fiz postagem pública ontem (anteontem) para desmentir, dizer que minha irmã não usava drogas, não foi bancada por facção, que minha sobrinha não é filha de Marcinho VP (traficante)” disse ao Estado ontem a professora Anielle Franco, de 33 anos, irmã da vereadora.
“Marielle está sofrendo duplo homicídio. Não basta o covarde que apertou o gatilho, ainda tem covarde de plantão que não está preparado para julgar, mas para prejulgar”, disse ontem Marcelo Freixo, do PSOL.
O partido quer identificar os autores das difamações para denunciar à polícia. Por isso, pede que cópias das postagens sejam encaminhadas para contato@ejsadvogadas.com.br. Devem ser enviados também nome e link do perfil ou telefone de quem compartilhou.