Importação de milho dos EUA volta à pauta do setor
Apossibilidade de importar milho dos Estados Unidos volta à pauta do agronegócio brasileiro. As indústrias ligadas à produção de carnes de frango e suína, principalmente de São Paulo, se articulam para pleitear ao governo federal autorização para trazer de fora o cereal, numa tentativa de adquirir seu principal insumo a preços mais baixos do que os atuais. O motivo é que, desde o início do ano, a cotação do milho disparou no Brasil, diante de especulações em torno da expectativa de uma colheita menor, do encarecimento do frete com o escoamento da soja e da quebra na safra da Argentina. Em 2016, quando uma seca reduziu drasticamente a safra brasileira, houve o primeiro movimento para importar o grão, que esbarrou, porém, numa diferença genética entre o milho transgênico cultivado nos EUA e o daqui, frustrando as expectativas da agroindústria.
» Dos vizinhos. A saída, por enquanto e quando possível, tem sido recorrer aos países do Mercosul, principalmente à Argentina. A Seara, por exemplo, deve receber 30 mil toneladas em maio e já há navios agendados para desembarcar o milho no Brasil em junho e julho, afirma uma fonte. “Mesmo com o frete envolvido no embarque, o produto argentino tem saído mais em conta”, diz.
» Por enquanto, não. O partido Novo sondou, sem sucesso, lideranças do agronegócio para serem candidatos a deputado nas eleições deste ano. O presidente da União dos Produtores de Bioenergia (Udop), Celso Torquato Junqueira Franco, o ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB) Gustavo Junqueira (foto acima) e o professor da USP Marcos Fava Neves estão entre os consultados. Pensaram e declinaram. » Medo. Causou apreensão no setor de proteína animal a recente declaração do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, de que novas linhas de investigação da Operação Carne Fraca podem “chacoalhar” o Paraná – um dos principais produtores e exportadores de carnes de frango e suína do País. A avaliação é de que, mesmo que as denúncias sejam referentes a três ou quatro anos atrás, a divulgação a conta-gotas das operações resulta em grande prejuízo ao setor, que tem, a cada uma delas, de se explicar aos importadores e ao mercado interno.
» Acelera. Mais uma fonte do setor agropecuário conta à coluna que o anúncio do Plano Safra 2018/2019 deve sair mais cedo do que o 7 de junho do ano passado, embora ninguém arrisque a data. Além de conhecer as regras o quanto antes, também se espera que elas passem a valer na mesma data do anúncio. Normalmente, entram em vigor apenas em 1.º de julho, quando o ano agrícola começa oficialmente. “Mas já vimos, no passado, o plano não estar operacional nem em julho”, alfineta a fonte.
» Leite. À frente da Secretaria de Agricultura de Santa Catarina, o engenheiro agrônomo Airton Spies deve intensificar sua bandeira de transformar a Região Sul na Nova Zelândia brasileira, com fortalecimento da produção e exportação de lácteos. Spies assumiu a pasta na última quinta-feira (15), com a saída do deputado estadual Moacir Sopelsa (MDB), que voltou para a Assembleia Legislativa do Estado.
» Exemplo. Spies viveu e estudou na Nova Zelândia, referência global em produção e exportação de leite de qualidade, e há tempos trabalha em melhorias no sistema produtivo catarinense. Com a formalização entre os elos da cadeia produtiva e intensificação do uso da tecnologia, ele acredita que o País, hoje importador, deve virar o jogo e até 2023 destinar cerca de 5 bilhões de litros para o mercado externo. A China é o principal alvo, mas países como México e Japão também estão na mira.
» Cobertor curto. O setor de máquinas agrícolas acredita que as taxas de juros cobradas na linha Moderfrota vão recuar para a próxima safra, acompanhando a queda da Selic em 2017 (hoje em 6,75% ao ano). Mas pede mais: que a queda não venha acompanhada de mudanças de normas no meio da safra. O setor defende que as regras sejam realistas e válidas para todo o período. O argumento é o risco de que no meio do processo o governo não tenha dinheiro para subsidiar os juros. Em 2017/2018, o prazo de carência para começar a pagar o financiamento foi reduzido de 18 para 12 meses e depois subiu para 14 meses, lembra a fonte.
» Flex mesmo. A Toyota do Brasil apresenta nesta segunda-feira o primeiro veículo híbrido flex do mundo. O modelo será um Prius, o mais vendido em sua categoria em vários países, e que tem dois motores: um elétrico e outro a combustão. O motor a combustão poderá ser abastecido com gasolina ou etanol. O Prius sairá da Universidade de São Paulo (USP), na capital, seguirá pelo interior paulista e será reabastecido com etanol na Usina Cocal, em Narandiba (SP). Por quatro dias, vai rodar por regiões sucroalcooleiras e chegará à capital federal na quintafeira (22), para um evento na Universidade de Brasília (UnB).