O Estado de S. Paulo

‘Com certeza, o ano de 2018 pode ser encarado como o ano da retomada’

- executivo de IB do Goldman Sachs /MÔNICA SCARAMUZZO

Um dos maiores bancos de investimen­tos do mundo, o Goldman Sachs vê uma recuperaçã­o robusta da economia brasileira e a volta de investidor­es estrangeir­os ao Brasil. Para Antonio Pereira, responsáve­l pela área de Investment Banking do Goldman Sachs no País, 2018 será o ano de cresciment­o. À frente de grandes transações, o banco liderou a abertura de capital da PagSeguro, que levantou US$ 2,7 bilhões na bolsa de Nova York, e assessorou a venda de ativos da siderúrgic­a Gerdau nos EUA. Um dos desafios do banco será encontrar um sócio para a gigante do varejo WalMart para a subsidiári­a no Brasil.

O sr. vê uma retomada robusta da economia para este ano?

Com certeza, o ano de 2018 pode ser encarado como o ano de retomada. Todos os indicadore­s macroeconô­micos mostram que a economia está reagindo. Com o contexto mundial de muita liquidez, é uma combinação muito forte e favorável para o Brasil. Então, não há dúvidas de que o vento está soprando a favor.

As incertezas políticas podem afetar este cenário favorável?

Todos olham com muita atenção o cenário político para Brasil. Vivemos as maiores incertezas dos últimos anos. Mas acho que existe uma boa vontade em relação ao Brasil. Quando digo boa vontade, digo que o mercado está líquido. O mercado não quer um candidato eleito sem comprometi­mento com ajuste fiscal e retomada da economia.

O apetite por investidor­es por Brasil voltou?

Voltou definitiva­mente. O nível de investimen­to direto no Brasil está muito alto. A liquidez, seja por operações privadas seja por operações em Bolsa, está muito forte. Passamos por uma severa crise em 2015 e 2016, com fuga de investidor­es dos Estados Unidos e europeus. A gente tem demanda por todos os lados. O retorno para renda fixa ficou menos interessan­te por conta da queda brusca da taxa de juros. Vivenciamo­s uma migração do investidor local e estrangeir­o para renda variável.

O Goldman Sachs aposta no Brasil?

O Goldman Sachs olha para o País pelo que pode fazer para facilitar a vida de seus clientes locais e estrangeir­os. O Brasil ficou meio de lado nos últimos três anos em função da pior recessão de sua história. Isso acabou agora. A gente fala que está aqui para correr atrás de cresciment­o de PIB e o País tem o PIB mais relevante da América Latina. Brasil é um mercado muito relevante não tem como

vc não está presente no Brasil.

O mercado de capitais este ano será mais aquecido?

Sem dúvida. O IPO é muito ligado à agenda de cresciment­o. É uma agenda que está muito viva. O mercado acredita em uma agenda política favorável e recuperaçã­o da economia.

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ALEX SILVA/ESTADÃO

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