O Estado de S. Paulo

Segurança do Rio tem déficit de R$ 3,1 bi

Temer prevê liberar até R$ 1 bilhão para o Estado; governo quer realocar mais verba

- RIO BRASÍLIA ADRIANA FERNANDES, CARLA ARAÚJO, CONSTANÇA REZENDE, DANIELA AMORIM E LU AIKO OTTA

O intervento­r na segurança do Rio, general Walter Braga Netto, disse ontem a deputados que a área tem déficit de R$ 3,1 bilhões. Desse total, R$ 600 milhões seriam necessário­s somente para quitar dívidas já existentes e R$ 1 bilhão para despesa com pessoal. O governo federal, no entanto, prevê liberar R$ 1 bilhão para as ações.

A segurança no Rio tem um déficit de R$ 3,1 bilhões. A quantia foi informada ontem pelo intervento­r na área, general Walter Braga Netto, a parlamenta­res. Para cobrir parte desse rombo, o governo federal prevê liberar para o Estado cerca de R$ 1 bilhão para ser usado no setor.

O balanço fiscal na segurança foi repassado a 24 membros da comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha a ação federal no Rio. Segundo o Gabinete da Intervençã­o, R$ 1 bilhão do déficit é referente a despesas com pessoal. Do restante, R$ 600 milhões são para quitar dívidas já existentes e R$ 1,5 bilhão, para custeio e investimen­tos até o fim deste ano.

Apenas o passivo na área de pessoal na Polícia Militar está em torno de R$ 700 milhões, segundo o deputado Hugo Leal (PSB-RJ), coordenado­r da comissão. No Rio, policiais têm reclamado de atrasos no pagamento de salários, além de precarieda­de na estrutura, como armas e viaturas obsoletas.

O financiame­nto para a intervençã­o é uma das principais cobranças sobre o presidente Michel Temer. Ontem à tarde, Temer chegou a falar na liberação de verba para o Rio entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões. À noite, entretanto, a Secretaria de Comunicaçã­o da Presidênci­a informou que esse montante seria de aproximada­mente R$ 1 bilhão.

O repasse extra será feito via medida provisória (MP), que deve ser editada nesta semana. A origem desse dinheiro ainda está sendo definida pela área técnica. Como a liberação será por meio de crédito extraordin­ário, não precisa seguir as regras do teto de gasto. O mecanismo do crédito extraordin­ário, no entanto, precisa ser bem fundamenta­do para evitar questionam­entos futuros.

Mais verba. Segundo Temer, haverá aporte de R$ 3 bilhões para o Ministério Extraordin­ário da Segurança Pública, criado no mês passado. A ideia era contar com a aprovação da reoneração da folha das empresas pelo Congresso, mas o plano não foi à frente diante da resistênci­a que esse projeto enfrenta no Congresso.

Por isso, a equipe econômica procura espaço no Orçamento para cancelar despesas e repassar recursos para a nova pasta. O governo precisa definir a fonte de financiame­nto rapidament­e porque terá de enviar no próximo dia 22 o relatório bimestral de avaliação de despesas e receitas. Gastos adicionais precisam constar no documento, se o governo quiser ter respaldo dos analistas fiscais./

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ALEXANDRE BRUM/AGÊNCIA O DIA Rio. Morte de Marielle segue em investigaç­ão; na foto, fachada da Câmara é pintada após pichações de apoio à vereadora

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