O Estado de S. Paulo

Ministro propõe PEC para definir trânsito em julgado

- JULIA LINDNER A.P., B.P. e

Ministro do Supremo Tribunal Federal contrário à execução antecipada da pena, Marco Aurélio Mello disse que poderia rever sua posição se houvesse uma mudança na Constituiç­ão que definisse a condenação em segunda instância como trânsito em julgado. “Quem sabe a solução estaria aí, em uma emenda para dizer: havendo duplo pronunciam­ento com o crivo do Tribunal de Justiça ou do Tribunal Federal, após não caber mais recursos nesses tribunais, temse o trânsito em julgado. É uma solução”, disse ele ao Estado.

Marco Aurélio afirmou ainda que o ex-ministro da Corte Cezar Peluso propôs a mudança em 2011, que virou uma proposta de emenda à Constituiç­ão (PEC), que não foi adiante. A alteração, no entanto, caberia ao Congresso. Para Marco Aurélio, a mudança seria uma solução para a caracterís­tica de “recursos sucessivos” que enfrenta a Justiça brasileira no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no STF. “Se o nosso sistema enseja recursos sucessivos, devemos modificar o sistema, não o colocar em segundo plano”, disse o ministro.

Questionad­o se seria simpático à ideia da execução de pena após decisão do STJ, Marco Aurélio declarou que a tendência é de reafirmar o voto de outubro de 2016, pela prisão após esgotament­o de todos os recursos.

Autor da PEC que propõe a conclusão dos processos a partir de segunda instância, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) quer que ela seja aprovada para garantir segurança jurídica no País. “Não há como a gente conviver com essa situação.”/

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