O Estado de S. Paulo

Inspirada em Jane Austen, trama mescla humor e romance

Admirador da obra da escritora inglesa, autor Marcos Bernstein fala das personagen­s femininas de seu folhetim

- / A.D.R.

Autor de Orgulho e Paixão, Marcos Bernstein diz que sempre admirou o universo da escritora Jane Austen. “As tramas, de um modo geral, não são tão complexas, como de um Alexandre Dumas. No caso dela, é muito por esse olhar para aquela época, para aquelas relações humanas; um olhar crítico, aguçado sobre essas convenções sociais, de como as mulheres lidavam com isso”, conta Bernstein.

Era uma atmosfera que já estava em seu radar há muito tempo. “Achei que tinha muito a ver com esse perfil de novela das 6.” Mas as personagen­s de Austen não são transporta­das de maneira literal para a telinha. Tanto que Orgulho e Paixão, que estreia nesta terça-feira, 20, na Globo, se passa no Brasil, em 1910, com figurinos e cenografia impecáveis. “Parte disso, e daí temos que criar o nosso universo, a nossa novela, num formato muito diferente das coisas que já foram feitas a partir dos livros dela”, explica o autor. “A gente trouxe para o País, para a época dos barões do café em São Paulo.”

Mesclando romance e comédia, a novela tem como ponto de partida central a família Benedito, liderada pela matriarca, Ofélia (Vera Holtz), que sonha em ver suas cinco filhas (bem) casadas: Elisabeta (Nathalia Dill), Mariana (Chandelly Braz), Jane (Pamela Tomé), Cecília (Ana Júlia Dorigon), e Lídia (Bruna Griphão). E, mesmo a contragost­o do marido, Felisberto (Tato Gabus Mendes), Ofélia não mede esforços – e trapalhada­s – para conseguir bons pretendent­es para elas. Mas nem todas elas sonham em se casar: caso de Elisabeta, dona de um temperamen­to forte – e de suas próprias opiniões. “Minha ideia não é transplant­ar as questões contemporâ­neas para o passado, mas, de alguma maneira, espelhá-las: a partir das questões da época em que a novela se passa, também discutir questões faladas hoje em dia”, diz ele. “(A Elisabeta) não é uma personagem oficialmen­te engajada, mas quer fazer as coisas que ela acha que tem direito de fazer, e a partir disso os conflitos vão surgir.”

Também integram o elenco Thiago Lacerda, como Darcy (por quem Elisabeta se apaixona); Tarcísio Meira, como Lorde Williamson; entre outros. Além de Ofélia, o lado cômico da novela é garantido também com Grace Gianoukas, como Petúlia, a governanta da vilã Susana (Alessandra Negrini). “Buscamos leveza em toda a novela, e tem humor, romance, momentos de choro, mas não daquele drama pesado. É da emoção, dos acontecime­ntos da vida.”

 ??  ?? O autor. ‘A partir das questões da época em que a novela se passa, discutimos questões faladas hoje’
O autor. ‘A partir das questões da época em que a novela se passa, discutimos questões faladas hoje’

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil