O Estado de S. Paulo

MAINZ DE GUTENBERG

-

Cais de partida para cruzeiros de um dia pelo Rio Reno, Mainz fica a cerca de 45 quilômetro­s de Frankfurt. Fácil de chegar de trem ou de carro – boa opção para quem quer ver com mais calma um pouco da paisagem da região, com seus vinhedos, ou apenas experiment­ar dirigir nas rápidas rodovias alemãs.

E não estamos falando só da grande história do lugar habitado séculos atrás por celtas e romanos e que ainda exibe suas heranças medievais. Mas de uma história que repercute na vida de cada um de nós – e que, se não fosse por ela, você não estaria lendo este (ou nenhum) jornal.

Foi em Mainz que nasceu Johannes Gutenberg, um século antes de o Brasil ser descoberto – no dia 3 de fevereiro, completou-se 550 anos de sua morte. Ferreiro e ourives, foi ele quem inventou uma nova maneira de fazer livros: ele criou a imprensa.

Se antes os livros eram escritos manualment­e, a partir dos anos 1450, com a invenção dos tipos móveis e seu sistema de impressão em massa, com a utilização de tinta a base de óleo, foi possível imprimi-los em grandes quantidade­s. E, assim, propagar o conhecimen­to.

Um simpático museu na cidade antiga de Mainz conta toda essa história e exibe exemplares raros da famosa Bíblia de Gutenberg, impressa ao longo de vários anos e com rubricas à mão. Menos de 200 exemplares foram impressos na época – e dois deles estão guardados ali, em vitrines com vidro à prova de balas. Depois que os visitantes vão embora, a sala é fechada com uma pesada porta de aço. Nem ladrão nem fogo chegam perto das raridades.

O visitante pode conhecer uma réplica da oficina de Gutenberg e experiment­ar imprimir como se fazia no século 15. A visita, aliás, acaba sendo também uma viagem pela história do livro, dos jornais e revistas. Acompanham­os sua trajetória ao longo de vários séculos, com originais que mostram a evolução tecnológic­a e de design. Um ótimo passeio para os amantes dos livros.

Criado em 1900, o museu também exibe sua coleção de arte gráfica e pôsteres, folhas de rosto de livros e edições raras de pequenos editores e de livros artísticos. Um grande painel mostra os países que respeitam ou não respeitam a liberdade de imprensa. O Brasil está em uma situação intermediá­ria, com problemas reportados, ao lado de alguns de seus vizinhos, como Argentina, Paraguai, Bolívia e Peru.

A entrada custa 5; fecha às segundas-feiras. Site: gutenbergm­useum.de.

Pausa para um café ou vinho

Ao lado do Museu Gutenberg, fica o Cuvée 2016, um moderno wine bar para refeições rápidas, café da manhã, um espresso ou apenas uma taça de vinho – a carta é extensa e uma boa amostra do que é produzido na região vinícola ali próxima.

Mais Gutenberg

Caminhando pela Mainz medieval, repare em eventuais placas nos edifícios: elas assinalam lugares que fazem parte da história de Gutenberg. O centro de turismo local criou um roteiro para o visitante fazer a pé, por conta própria, que passa por esses pontos – imprima o mapa em bit.ly/gutemainz.

O tour passa pela Universida­de Antiga, onde o inventor foi enterrado, e pelo Monumento dos Tipos, com grandes cubos que representa­m os tipos móveis de Gutenberg, logo ao lado do museu. Na Catedral de São Martin, destaque para o claustro da época de Gutenberg, construído entre 1400 e 1410 como um lugar de reflexão. E é possível ver o local onde Gutenberg nasceu e instalou sua primeira oficina, onde funciona, hoje... um farmácia.

 ?? BERND EBLING/MUSEU GUTENBERG ?? Interativo. No Museu de Gutenberg, em Mainz, o visitante pode imprimir como se fazia no século 15
BERND EBLING/MUSEU GUTENBERG Interativo. No Museu de Gutenberg, em Mainz, o visitante pode imprimir como se fazia no século 15

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil