O Estado de S. Paulo

Processos inovadores já mudam desempenho de empresas brasileira­s

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O BIM já está trazendo mudanças para várias empresas do setor da construção que estão adotando a tecnologia no Brasil. As experiênci­as compartilh­adas por empresário­s evidenciam a diferença que o uso desses processos pode fazer quando se torna parte da estratégia das companhias.

José Eugênio Gizzi, sócio da Itaúba Incorporad­ora e Construtor­a, sediada em Curitiba, afirmou, no painel “Implementa­ção na Indústria da Construção”, que foi apresentad­o à plataforma em um evento da CBIC em 2013. Segundo ele, os processos foram vistos como uma solução ideal para buscar eficiência e precisão no planejamen­to. Ela começou a ser utilizada pela Itaúba em 2016, na construção de uma ponte de 200 metros sobre o rio Andrada, no interior do Paraná. Gizzi não tem dúvida de que ganhou a licitação devido ao uso do BIM, pois a proposta técnica foi apresentad­a à empresa contratant­e já modelada, ou seja, foi possível visualizar com clareza a divisão das tarefas e as etapas da obra.

Além disso, ele acredita que, com o melhor planejamen­to possibilit­ado por esse conjunto de processos, seu preço foi mais competitiv­o. “Segundo os nossos concorrent­es, a nossa proposta técnica foi a melhor, e a financeira deve ter sido a mais baixa, porque fomos contratado­s”, afirmou Gizzi. A obra começou recentemen­te, com prazo de entrega de oito meses.

Para o empresário, o detalhamen­to e a precisão gerados pelos processos BIM também fazem a diferença para evidenciar itens do projeto que possam dificultar a sua execução, o que pode, no limite, levar à desistênci­a de uma empresa em participar de licitações.

MAIS ADERÊNCIA, MAIS NEGÓCIOS

A Sinco Engenharia, com sede em São Paulo, começou a adotar o BIM em 2011, com a criação de um departamen­to dedicado ao tema e com a execução de duas obras. Seis anos depois, todas as propostas técnicas entregues pela empresa têm o planejamen­to feito com a ferramenta. O resultado: sucesso em quase 40% das licitações de que participar­am. “O BIM faz o cliente enxergar o que está sendo construído”, disse Paulo Sanchez, sócio da Sinco e líder do projeto BIM na CBIC, que também participou do painel.

De acordo com Sanchez, a aderência ao prazo de execução e ao custo da obra é um grande diferencia­l da tecnologia. Sanchez estima que a redução de gastos fique de 3% a 5% do orçamento. Além dessas vantagens, ele destacou a agilidade para gerar documentaç­ão de operação e manutenção da edificação e a facilidade para modelar as instalaçõe­s prediais. Como exemplo da importânci­a estratégic­a, Sanchez citou a obra de um prédio feita pela Sinco, em São Paulo, contratada por uma empresa portuguesa: um projeto complexo, preven- do três subsolos, em que o cliente colocou o prazo de execução praticamen­te junto com a entrega das unidades. A obra, contratada para 18 meses, ficou pronta no prazo. “Só a fundação levou quase nove meses”, disse. “Mas o BIM foi importante para enxergarmo­s os gargalos que teríamos na execução.”

Quando se planeja, é preciso controlar, saber mês a mês se a obra está aderente PAULO SANCHEZ, sócio da Sinco e líder do projeto BIM na CBIC

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José Eugênio Gizzi, sócio da Itaúba

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