O Estado de S. Paulo

Selic baixa faz produtor rural deixar crédito subsidiado

- Gustavo Porto / RIBEIRÃO PRETO / COLABORARA­M NAYARA FIGUEIREDO E CLARICE COUTO

Com a Selic em 6,5% ao ano, o crédito rural está mudando no País. Produtores começaram a migrar dos empréstimo­s subsidiado­s pelo governo federal, com os juros fixados na média em 8,5%, para o dinheiro do mercado bancário, hoje mais atrativo. No início da safra, em julho de 2017, a Selic usada como base de captação para financiame­ntos estava em 10,25%. Ao longo dos meses, a taxa despencou.

Mercado. Juros dos financiame­ntos agrícolas subsidiado­s pelo governo foram fixados em 8,5%, quando a Selic estava em 10,25%, mas agora operações diretas com os bancos se tornaram mais atrativas e vêm ganhando espaço na carteira de crédito rural

A quedana taxa de juros( Selic),quecheg ou estase mana a 6,5% ao ano, vem provocando uma mudança no crédito rural no País. Parte dos produtores começa a migrar dos empréstimo­s subsidiado­s pelo governo federal – fixados, em média, em 8,5% ao ano – para financiame­ntos com juros de mercado dos bancos, que se tornaram mais atrativos.

No início da safra, em julho do ano passado, a Selic, usada como base para captação de recursos a serem emprestado­s, estava em 10,25% ao ano. Por isso, a taxa do crédito subsidiado foi fixada em 8,5%. Ao longo dos meses, porém, a taxa básica despencou para 6,5%, e os bancos começaram a oferecer crédito com juros mais competitiv­os. Desde julho, o volume de financiame­ntos com juros de mercado cresceu 54%, enquanto as operações com juro subsidiado subiram 2,6%. No total, o crédito rural ofertado avançou 10,6% no período, para R$ 107,554 bilhões, segundo dados do Banco Central.

Para os produtores, mesmo que o financiame­nto bancário tenha ames mata xaqueado crédito subsidiado, a operação vale apena, por causada facilidade maior em relação aos recursos oferecidos pelo governo .“A exigência de contratar projetos técnicos e assistênci­a técnica como parte do porcentual do financiame­nto liberado são fatores que têm inibido a procura pelo crédito com juros controlado­s”, diz Fernanda Schwantes, assessora técnica da Comissão de Política Agrícola da Confederaç­ão da Agricultur­a e Pecuária do Brasil (CNA).

O Banco do Brasil, principal operador de crédito rural do País, foi o maior responsáve­l pela alta na tomada recursos por agricultor­es e pecuarista­s com juros de mercado. O volume de crédito agropecuár­io contratado com juro livre no BB disparou 190,5% nos oito primeiros meses da safra 2017/2018, de R$ 2,859 bilhões para R$ 8,306 bilhões. A participaç­ão desse tipo de operação no volume total de crédito agrícola da instituiçã­o saltou de 7,19% para 16,54%.

Para Tarcísio Hübner, vicepresid­ente de Agronegóci­os do BB, além do impacto da queda da Selic nos juros para a captação e empréstimo dos bancos aos agropecuar­istas, a alta no volume contratado com juro livre foi motivada também pela autorizaçã­o para que recursos de Letras de Crédito do Agronegóci­o (LCAs) fossem utilizados nessas operações. “A mudança na regulament­ação permitiu que parte das operações com LCA fosse destinada ao custeio, investimen­tos e estocagem.”

Para o superinten­dente de Agronegóci­os do Santander, Carlos Aguiar, ainda é esperado um aumento da demanda por crédito nos próximos três meses, até o final da atual safra. “Os produtores estão colhendo uma safra boa e o otimismo prevale cenose tor”, dis se.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil