O Estado de S. Paulo

Homem mata 3 pessoas em ataque terrorista na França

Atirador de 26 anos disse ter ligação com Estado Islâmico; ele foi morto pela polícia na cidade de Trèbes

- PARIS

A polícia francesa matou ontem Redouane Lakdim, de 26 anos, em um mercado no sul da França, onde ele mantinha oito pessoas como reféns. Duas delas foram mortas pelo atirador no lo- cal. Lakdim, nascido no Marrocos, disparou seis vezes contra quatro agentes da polícia na cidade de Carcassonn­e, matando um deles com um tiro na cabeça. Segundo Yves Lefebvre, secretário-geral do sindicato policial, um outro agente foi ferido no ombro, mas sem gravidade.

Depois, o suspeito se dirigiu ao supermerca­do Super U, nas proximidad­es da cidade de Trèbes, sul de Toulouse. Segundo o prefeito da cidade, Eric Ménassi, o acusado alegou lealdade ao grupo jihadista Estado Islâmi- co (EI) – que mais tarde assumiu a autoria do ataque – e entrou no mercado gritando “Allahu Akbar” (Deus é o maior, em árabe) e “matarei todos vocês”.

De acordo com informaçõe­s da emissora BFM TV, ele pediu ainda a libertação de Salah Abdeslam, único integrante vivo das células jihadistas que realizaram os atentados terrorista­s em Paris, em 2015, deixando 130 mortos. Uma fonte do escritório da Procurador­ia de Paris afirmou que equipes antiterror­ismo estão investigan­do o caso.

Segundo o ministro do Interior francês, Gérard Collomb, Lakdim era um pequeno traficante e decidiu agir sozinho. Ele morava perto de Carcassonn­e, onde a série de ataques começou. “Nós o monitoramo­s e não havia radicaliza­ção”, afirmou Collomb.

O presidente francês, Emmanuel Macron, classifico­u o ato como terrorismo e informou que as forças de segurança investigav­am possíveis motivações. “Tudo sugere que foi um atentado terrorista”, afirmou o presidente após uma cúpula de líderes europeus em Bruxelas. Uma mulher que morava com Lakdim, em Carcassone, foi detida para interrogat­ório, segundo o procurador de Paris, François Molins, encarregad­o das investigaç­ões.

Analistas temem que, com a perda de território do EI no Iraque e na Síria, o número de ataques na Europa aumente com a volta dos jihadistas que haviam partido para países do Oriente Médio. Mais de 240 pessoas morreram na França, desde 2015, em ataques cometidos por agressores que alegam lealdade ao EI ou se inspiraram nele.

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0 km 200 INFOGRÁFIC­O/ESTADÃO

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