O Estado de S. Paulo

Presos militares por suspeita de tráfico de armas

Operação no DF teve 25 detidos – 4 das Forças Armadas; esquema envolvia colecionad­ores

- Fabio Serapião / BRASÍLIA

A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu ontem 25 pessoas – entre elas, quatro militares – por suspeita de envolvimen­to com o tráfico de armas. Segundo os investigad­ores, o esquema era organizado em três núcleos – um formado por colecionad­ores, outro por militares da ativa e da reserva e outro por bandidos comuns, que compravam e revendiam as armas.

O líder do grupo investigad­o seria, na versão da polícia, um ex-militar pelo fato de já ter servido às Forças Armadas. Já o Comando Militar do Planalto afirma que ele foi dispensado e não prestou serviço militar.

Segundo a polícia, os militares são de baixa patente e os crimes não estão ligados a atividades desenvolvi­das dentro das Forças Armadas. Eles são investigad­os por organizaçã­o criminosa, posse ilegal de arma e munição e tráfico de armas.

A operação, batizada de Shooter (atirador, em inglês), envolveu cerca de 180 agentes e 20 delegados. Houve o cumpriment­o de mandados em regiões do Distrito Federal e nas cidades de Novo Gama e Valparaíso, em Goiás.

Foi possível mapear a negociação de pelo menos 40 armas. Ontem, foram apreendida­s pistolas .40 e 9 milímetros e uma espingarda. No total, sete armas foram apreendida­s.

Também foi preso o assessor parlamenta­r Robson Silva, do gabinete do deputado federal José Otávio Germano (PP-RS). Segundo a polícia, ele foi flagrado negociando uma arma sem registro com o grupo criminoso. A polícia informou investigar Silva, e não o deputado. A defesa do assessor confirmou a venda da arma, mas disse que isso foi há mais de cinco anos e não há relação com a operação.

Militares. O Comando Militar do Planalto, em nota, disse que aguarda outras informaçõe­s sobre a investigaç­ão e que vai tomar todas as medidas legais para apurar o caso. Reiterou ainda que o Exército “não compactua com ações delituosas”.

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LEO CORREA/AP - 20/3/2018 Dois lados. Família reúne mensagens ofensivas a Marielle para mover ações; no Rio, protestos pedem investigaç­ão

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