O Estado de S. Paulo

Justiça veta ofensa a Marielle no YouTube

- Fábio Grellet

O YouTube terá de retirar 16 vídeos com ofensas à vereadora Marielle Franco (PSOL), morta no Rio na semana passada. A retirada foi determinad­a pela Justiça, em ação proposta pela irmã de Marielle, Anielle Franco, e pela mulher da vereadora, Mônica Benício. As duas pediram à Justiça que determinas­se a retirada de 40 vídeos publicados no YouTube.

“Até agora (quarta-feira, dia 21) foram c ontabi l i z a das 13.405.111 visualizaç­ões, a honra e a memória de Marielle Franco foram manchadas para quase treze milhões e meio de pessoas. É um registro sem precedente­s. É um caso sem precedente­s”, afirmaram as autoras no pedido de retirada. Os advogados também pediam que a Justiça impedisse o YouTube de aceitar novas publicaçõe­s ofensivas a Marielle.

A juíza Márcia Correia Hollanda, da 47ª Vara Cível do Rio, considerou que só 16 vídeos eram ofensivos à vítima. Em decisão liminar (provisória) na quinta, deu prazo de 72 horas para que o YouTube retire essas mensagens da plataforma. A pena é multa diária de R$ 1.000.

“Tais vídeos e áudios fizeram referência direta a Marielle, apontando-a como vinculada a facções criminosas e tráfico, ou imputações maliciosas sobre as suas bandeiras políticas”, afir- mou a juíza na decisão. A magistrada negou pedido para impedir novas publicaçõe­s.

O Google, proprietár­io do YouTube, afirmou ontem que vai retirar os vídeos e elogiou a iniciativa da juíza de analisá-los individual­mente. “Os vídeos foram devidament­e identifica­dos por meio de URLs específica­s e serão removidos no prazo.”

Parentes de Marielle Franco e advogados do PSOL continuam recolhendo publicaçõe­s ofensivas à vereadora nas redes sociais. O objetivo é processar os responsáve­is.

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