Gravuras foram furtadas da Biblioteca Nacional
Perícia confirmou que obras de Emil Bauch que estavam com Itaú Cultural são as mesmas que sumiram da instituição carioca
Uma perícia realizada comprovou que oito gravuras de Emil Bauch (1823-1874) que estavam de posse do Itaú Cultural são as mesmas que haviam sido furtadas da Biblioteca Nacional, na região central do Rio de Janeiro, em 2004. O resultado da investigação foi anunciado na tarde desta sexta-feira, 23, e as peças serão restituídas à biblioteca.
Em nota divulgada pelo Itaú Cultural, o diretor da instituição, Eduardo Saron, diz que eles estão “estarrecidos e ao mesmo tempo fortemente empenhados em esclarecer os fatos em conjunto com a Biblioteca Nacional”. “Além das oito litografias, já na semana passada também propusemos termo de compromisso, assinado nesta sexta-feira, para que técnicos da Biblioteca Nacional possam fazer uma verificação suplementar de obras específicas de nosso acervo”, informou ele, ainda na nota.
O caso veio à tona em 14 de março, após o jornal Folha de S.Paulo receber uma carta manuscrita de Laéssio Rodrigues de Oliveira, ladrão confesso de obras raras e que está preso na Penitenciária Milton Dias Moreira, em Japeri, na Baixada Fluminense. Oliveira revelou que as oito pranchas expostas haviam sido furtadas por ele em 2004.
No mesmo dia, Saron levou pessoalmente as obras à presidente da entidade, Helena Severo. Eles anunciaram que as gravuras passariam por perícia, concluída nesta semana.
As peças foram adquiridas pelo Itaú Cultural em 2005. À época, elas estavam de posse do colecionador Ruy Souza e Silva, exmarido de Neca Setubal, filha de Olavo Setubal e herdeira do Itaú. Na carta enviada à reportagem, Oliveira afirmou ter vendido as peças a Souza e Silva. Ele rebateu a afirmação e garantiu que adquirira as obras em uma loja tradicional de Londres.