O Estado de S. Paulo

Marina Silva recua de independên­cia do BC defendida em 2014

Candidata pelo PSB à época, presidenci­ável da Rede diz agora que ideia era da ‘coligação’, e não dela e de sua equipe

- Marianna Holanda

A pré-candidata da Rede à Presidênci­a, Marina Silva, disse ontem que não defenderá mais a proposta de independên­cia institucio­nalizada do Banco Central, como fez na eleição passada. O tema foi “herdado” de Eduardo Campos e do PSB e um dos pontos mais atacados pela campanha de Dilma Rousseff.

Segundo a ex-ministra, a ideia era da “coligação”, não dela e de sua equipe econômica. “Eu e o (economista) Eduardo Giannetti defendíamo­s que essa independên­cia do Banco Central não fosse institucio­nalizada. Vamos recuperar o que era a proposta inicial: de que o Banco Central não precisa dessa institucio­nalização”, afirmou a jornalista­s, na primeira reunião com colaborado­res para debater o programa de governo, em São Paulo.

Marina pretende agora recuperar o que dizia seu programa de governo de 2010, quando se candidatou pelo PV. Junto com Giannetti, ela propôs a autonomia operaciona­l do BC. “O que ele não pode é ser usado ‘politiquei­ramente’. É isso que nós defendíamo­s sempre.”

A retomada no posicionam­ento de oito anos atrás foi comunicada no intervalo do evento, que reuniu cerca de 50 acadêmicos e membros da sociedade civil que pretendem, institucio­nalmente ou pessoalmen­te, colaborar com o programa de governo da pré-candidata.

“É um início de discussão, mas que não amarra nada em relação ao programa anterior, é apenas um start acumulado anteriorme­nte, ver o que está faltando, o que tem de ser modernizad­o”, disse o coordenado­r de programa de governo, o ambientali­sta João Capobianco.

Sob a coordenaçã­o de Giannetti, acompanhad­o do assessor da Rede Bazileu Margarido, o programa econômico terá ainda a colaboraçã­o de Ricardo Paes de Barros, um dos idealizado­res do programa Bolsa Família, de Samir Cury, professor de economia da FGV-SP,de André Lara Resende, um dos “pais” do Plano Real, e de Sérgio Leitão, diretor do Instituto Escolhas.

Uma das novidades é a ausência de colaborado­res que já foram peças essenciais para Marina: a educadora Neca Setubal, herdeira do banco Itaú, que atuou como coordenado­ra do programa educaciona­l em 2014, e o empresário Guilherme Leal, dono da Natura, vice na chapa presidenci­al de 2010.

A ex-vereadora Andrea Gouvea será a coordenado­ra de campanha de Marina ao Planalto. Eleita pelo PSDB, atuou na Câmara do Rio de 2004 a 2012, quando deixou o partido e a vida pública. Se aproximou da Rede e de Marina no ano passado, mas passou a integrar a equipe, oficialmen­te, neste ano.

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO - 27/11/ 2017 Programa. Marina diz que BC não pode ter uso político

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