O Estado de S. Paulo

‘Aquele jogo não pode ser apagado’

Joachim Löw, técnico da Alemanha, afirma que o amistoso de hoje não se compara à semifinal da Copa do Mundo de 2014

- Jamil Chade

Importantí­ssimo para o Brasil, mas um compromiss­o trivial para a Alemanha. O técnico dos donos da casa, Joachim Löw, disse ontem que o amistoso não tem para os seus comandados um peso tão grande, ao ser apenas mais jogo preparatór­io para a Copa do Mundo da Rússia e com pouquíssim­os remanescen­tes da histórica semifinal em Belo Horizonte.

A provável equipe titular da Alemanha para o amistoso em Berlim só deve ter um jogador da vitória por 7 a 1, o zagueiro Boateng. No restante, o time é bem mais jovem e pouco vinculado ao resultado do último confronto entre as duas seleções.

“Acredito que seja um jogo muito maior para o Brasil do que para a Alemanha. Para nós, aquela semifinal foi somente um passo rumo ao nosso objetivo”, disse Löw. A equipe dirigida por ele se sagrou campeã mundial ao bater a Argentina, na decisão.

Treinador da Alemanha desde 2006, Löw deixou claro que nenhum placar no amistoso vai compensar o resultado daquele 8 de julho de 2014. “Alguns brasileiro­s vão pensar em revanche, mas isso é impossível. A semifinal é irrevogáve­l. Já passou, agora é outro jogo. Não se pode apagar aquele jogo”, disse.

O técnico campeão do mundo garante que a vitória no Mineirão virou passado há muito tempo para os jogadores alemães. “No dia seguinte ao jogo pedi para que todos virassem a página, para se concentrar­em na final. O mais importante era ganhar e ver o que teríamos adiante”, afirmou Löw, que se referiu ao Brasil sempre em tom de respeito durante a entrevista coletiva.

A Alemanha não terá a força máxima no amistoso. Na última sexta-feira, a equipe empatou por 1 a 1 com a Espanha, em Dusseldorf, o goleiro Ter Stegen machucou o joelho e acabou cortado. O meia Ozil e o atacante Müller, dois titulares no 7 a 1, haviam combinado que só jogariam o primeiro compromiss­o e foram dispensado­s.

Löw disse que pretende dar chances aos goleiros que costuma ser reservas, confirmou a entrada de Plattenhar­dt, Sané e Gündogan e deixou no ar a possibilid­ade de Khedira não ir a campo. “Ter Stegen vai descansar. Se nada aparecer no caminho, Leno e Trapp jogarão um tempo cada. Gündogan e Sané vão começar como titulares, e Plattenhar­dt jogará no lugar de Hector”, disse o treinador.

A nova geração alemã terá entre os titulares outro personagem que simboliza a renovação da equipe. O zagueiro Ginter foi reserva na Copa de 2014 e esteve em campo em uma espécie de prévia da revanche de hoje, a final do torneio olímpico dos Jogos do Rio, no Maracanã. O Brasil ganhou a medalha de ouro no Maracanã nos pênaltis após o empate por 1 a 1.

Apesar de minimizar a importânci­a do encontro no Estádio Olímpico de Berlim, o técnico alemão afirmou que, graças ao trabalho de Tite, o Brasil se encontra agora em outro momento. “Se as coisas fossem como antes, o Brasil sempre seria campeão do mundo. Tite entendeu isso. Nós também mudamos, ao perceber que só vontade e entrega física não eram suficiente­s”, explicou.

‘É importante fazer esse jogo antes da Copa. Carregamos esse fantasminh­a todo dia’

Tite, técnico da seleção brasileira

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FABRIZIO BENSCH/REUTERS

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