O Estado de S. Paulo

Consumo pode garantir avanço de 3% do PIB

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Pesquisa da Confederaç­ão Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicou que a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 1,1% na passagem de fevereiro para março, atingindo 88 pontos, abaixo da marca ideal de 100 pontos. Observa-se, todavia, que, em comparação com março de 2017, o ICF registrou aumento de 12,6%, um salto notável interpreta­do como uma mudança no ritmo de evolução das vendas.

O Grupo de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) prevê que o já sensível aumento do consumo privado deve se acentuar nos próximos meses, carreando investimen­tos e agindo como propulsor do cresciment­o econômico em 2018. Os fundamento­s para isso são a inflação sob controle, os juros em queda, a redução do endividame­nto das famílias como proporção de sua renda e comportame­nto mais favorável do mercado de trabalho.

O Ipea assinala como principal resultado positivo do primeiro bimestre a taxa de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que não passou de 0,61% no período, fazendo a taxa acumulada em 12 meses recuar para 2,84%. Há sinais de alta dos preços dos alimentos em março e nos próximos meses (em 2017, a variação foi negativa). Esse fato, contudo, não deve afetar seriamente a inflação, que o Ipea projeta em 3,6% no ano.

Essa taxa está bastante próxima da que vem sendo prevista por economista­s do mercado financeiro consultado­s semanalmen­te pelo Banco Central para a elaboração do boletim Focus. A projeção vem caindo há oito semanas e, no mais recente boletim, ficou em 3,57%.

No cenário desenhado pelo Grupo de Conjuntura do Ipea, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 1,9% no primeiro trimestre, puxado pelo aumento do consumo das famílias (3,4%), pelo investimen­to agregado (4,3%) e pelos avanços da indústria (2,6%) e dos serviços (2,4%).

Com a continuida­de da recuperaçã­o nos trimestres seguintes, o consumo privado deve manter uma taxa positiva de 3,4% e os investimen­tos avançarem mais, fechando o ano com uma taxa acumulada de 4,5%, compensand­o a queda de 2,2% da agropecuár­ia. Já o consumo do governo deve ter cresciment­o nulo.

Na visão do Ipea, o PIB deverá ter um cresciment­o de 3% em 2018, taxa que poderá ser mantida em 2019.

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