O Estado de S. Paulo

Demanda por crédito cresce em fevereiro e juros sobem

Consumidor, sem dinheiro, passou a usar linhas mais caras, como cheque especial e rotativo do cartão

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Embora o juro básico da economia, a Selic, esteja no menor patamar da história, tomar um empréstimo no banco voltou a ficar mais caro no mês de fevereiro. Dados apresentad­os ontem mostram que, com o início do ano, brasileiro­s voltaram a ficar sem dinheiro na conta e passaram a usar linhas emergencia­is e mais caras, como o cheque especial e o rotativo do cartão. Com a maior demanda, o juro às pessoas físicas subiu.

O juro médio pago pelos consumidor­es aumentou pelo segundo mês seguido e atingiu 57,7% em fevereiro. Entre as linhas mais populares, o crédito pessoal e o cartão de crédito ficaram mais caros no mês passado. O rotativo subiu 5,9 pontos, para 333,9% ao ano. Já o parcelado do cartão teve alta de 6,5 pontos e atingiu 174,3% – o maior patamar da história.

“Os juros do cartão de crédito são altos, e a orientação é que o rotativo do cartão de crédito é uma forma emergencia­l que deve ser evitada. Existem outras modalidade­s com juros menores

Cautela

e prazos mais longos”, recomendou o chefe do departamen­to de estatístic­as do Banco Central, Fernando Rocha.

O técnico explicou que o juro mais alto no cartão em fevereiro foi resultado especialme­nte da atuação mais forte de instituiçõ­es que cobram taxas mais altas, o que elevou a média do mercado para cima. O técnico, porém, não citou nomes de instituiçõ­es financeira­s.

Apesar da alta do juro médio, algumas operações ficaram mais baratas. O cheque especial, por exemplo, caiu o juro médio de 0,6 ponto, para 324,1% ao ano. Já o juro médio para as empresas teve ligeiro recuo em fevereiro, de 0,1 ponto, para 22,2% ao ano.

Com a inflação controlada e a retomada, mesmo que lenta, da economia, o Banco Central deu sequência ao ciclo de afrouxamen­to monetário, reduzindo a Selic ao mínimo histórico de 6,5% ao ano na semana passada. No início de fevereiro, o BC já havia reduzido a Selic em 0,25 ponto porcentual.

“(...) A orientação é que o rotativo do cartão de crédito é uma forma

emergencia­l.” Fernando Rocha

CHEFE DO

DEP. DE

ESTATÍSTIC­AS DO

BANCO CENTRAL

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