O Estado de S. Paulo

Outras chinesas enfrentam crise de imagem

- L.D.

O avanço da Fosun no Brasil ocorre em um momento em que companhias chinesas de perfil semelhante começam a ser questionad­as internacio­nalmente. A maior delas, a seguradora Anbang, dona do hotel Waldorf Astoria, ícone de luxo de Nova York, está sob intervençã­o do governo chinês há um mês por ter violado a regulament­ação do país e colocar em risco sua solvência. A HNA, sócia minoritári­a da companhia aérea brasileira Azul e com participaç­ão na rede Hilton e no Deutsche Bank, é outra a enfrentar graves problemas. A empresa tem uma dívida de US$ 90 bilhões e, segundo o The New York Times, chegou a pedir dinheiro emprestado a seus funcionári­os.

Apesar de ser frequentem­ente comparada a essas empresas, a Fosun está em uma situação bastante diferente, segundo Arthur Kroeber, da consultori­a especializ­ada em economia chinesa Dragonomic­s. “É uma empresa em diferente categoria. Ela ainda é capaz de investir e não vive de especulaçã­o de ativo.”

A dívida da Fosun, entretanto, também atinge patamares altos – a empresa encerrou o primeiro semestre de 2017 com uma dívida total de cerca de quase US$ 20 bilhões. Já a dívida líquida como proporção do patrimônio total tem recuado: passou de 60,3%, em dezembro de 2016, para 47,4%, em junho do ano passado.

Como consequênc­ia, no começo deste ano, a Moody’s elevou a nota da Fosun de Ba3 para Ba2. A agência classifica­dora afirmou que o risco da dívida da empresa é moderado devido a seu portfólio diversific­ado. /

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