O Estado de S. Paulo

Como viajar mais leve – sem deixar nada importante para trás

- MÔNICA NOBREGA

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Viajar tem essa parte detestável: fazer mala. Toda viagem, sem falta, prometo a mim mesma que dessa vez vai ser diferente, não vai ter atropelo, estarei com a mala pronta e fechada três dias antes. Daí chega a noite anterior ao embarque e continuo paralisada, cedendo ao apelo de qualquer besteira que chegue pelo celular para não encarar a tarefa de empacotar algumas roupas de um jeito minimament­e racional e transportá­vel. Com criança a bordo, a árdua missão dobra – ou triplica, quadruplic­a, dependendo do número de filhos. Ser responsáve­l pela bagagem de uma criança não reduziu o meu bloqueio com a obrigação. Mas me ensinou alguns truques para tentar deixar o processo menos chato. E errar menos. Às dicas.

Comece pela burocracia. Todo esquecimen­to tem como ser remediado, menos o de documentos.

Sem passaporte – e visto, quando é o caso – não se embarca para o exterior. A falta do RG ou certidão de nascimento da criança pode render problemas até numa ida de carro para a praia em que estejam sendo feitas vistorias policiais na estrada. Use uma bolsinha ou nécessaire e também inclua nela o certificad­o de vacina contra febre amarela; eventuais receitas de medicament­os; e os próprios medicament­os, inclusive os da farmácia básica recomendad­a pelo pediatra.

VAI PRECISAR? ••• Elimine os excessos e leve peças práticas e confortáve­is

Reduza o número de peças. Sem perder de vista os limites de peso por pessoa impostos pela companhia aérea, reduza tanto quanto possível a quantidade de volumes a carregar. Em vez de uma mala para você e outra para a criança, leve uma só, média, de quatro rodinhas, para ambos. Facilita a vida no aeroporto.

Menos é mais também para os pequenos. Sabe a estratégia de separar toda a roupa que você acha que quer levar e depois descartar um terço das peças, que voltam para o armário? Faça o mesmo com a bagagem das crianças: leve menos peças do que acha que serão necessária­s. (E se quiser aprender detalhadam­ente a fazer as malas das crianças de diferente idades, com quantidade­s de peças a levar, veja nossas dicas em bit.ly/malaidade.) Outros excessos a eliminar: esteriliza­dor de mamadeira (porque água corrente e sabão resolvem), sapatinhos para bebês (são lindos e inúteis), cosméticos básicos que dá para comprar em qualquer farmácia ou supermerca­do. Atenção: se a viagem vai durar mais de uma semana, aceite que será preciso repetir roupa. Passe à dica seguinte.

Preveja orçamento para imprevisto­s. Como a lavanderia uma a duas vezes por semana em viagens longas. Ou capa de chuva infantil que a previsão do tempo jurou que não ia ser necessária. Palavra de ordem: conforto. Com exceção daquela roupinha especial para a festa de casamento que é o motivo da viagem de vocês, toda roupa nova fica em casa – não faz o menor sentido ocupar espaço na mala com algo que ainda não se sabe se deixará a criança confortáve­l. Crocs são polêmicos, mas não há nada mais prático: secam num minuto depois da praia ou da piscina, são leves para caminhar, fáceis de tirar e pôr de volta nos pés.

Extras merecem lista à parte. Acessórios como mamadeira, pote com tampa para transporta­r lanchinhos para a criança durante os passeios, canga para servir como toalha de piquenique e piscininha inflável pedem para ser esquecidos. Faça uma lista à parte para eles.

Conte com a ajuda da criança. Parece detalhe, mas seu filho tem direito a uma bagagem de mão. Aproveite este fato: deixe que a própria criança a partir dos 3 anos carregue, em uma mochilinha infantil, seus brinquedos, um casaco extra e até uma troca de roupas ou lanche.

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