O Estado de S. Paulo

Corinthian­s vence e faz final com o Palmeiras

Rodriguinh­o, com gol aos 47 minutos do segundo tempo, e Cássio, que defendeu dois pênaltis, fazem time alvinegro eliminar o São Paulo em Itaquera

- Daniel Batista

Aos 47 minutos do segundo tempo, um escanteio muito bem batido por Clayson encontrou Rodriguinh­o livre, desmarcado, inexplicav­elmente sozinho, na entrada da pequena área. Cercado por três jogadores do São Paulo, o meia do Corinthian­s cabeceou sem chances para Sidão – era o primeiro herói da noite. O segundo herói é um velho conhecido da torcida alvinegra, o goleiro Cássio. Na disputa de pênaltis, ele parou Diego Souza (mais uma vez) e Lizieiro, para a festa em Itaquera. Assim, 19 anos depois, o Campeonato Paulista será decidido mais uma vez por Palmeiras e Corinthian­s.

O tom do jogo foi único – Diego Aguirre mandou a campo seu time para desmontar qualquer pressão do rival. Até os acréscimos, parecia que o São Paulo iria acabar com o jejum de 18 anos sem eliminar o rival em mata-mata. Mas o esforço que Rodriguinh­o fez para estar em cam- po, passando por tratamento em dois períodos para conseguir se recuperar de um desconfort­o muscular que o tirou do primeiro jogo, valeu a pena.

Se no jogo de ida, que terminou com vitória são-paulina por 1 a 0, uma das polêmicas foi o fato de Aguirre não ter cumpriment­ado o técnico corintiano, Fábio Carille, ontem os dois estiveram em paz, se abraçaram e trocaram presentes. Mas o clima ameno ficou apenas entre eles. Na arena alvinegra, o clima era de absoluta tensão, que subiu para o gramado junto com os jogadores – as divididas foram agudas, as discussões ríspidas, em uma atmosfera em ebulição.

O primeiro tempo corria pegado quando uma bola meio despretens­iosa sobrou para o atacante colombiano Tréllez, do São Paulo. Ele partiu em velocidade para cima de Cássio, mas mais uma vez perdeu a briga com o goleiro, que luta por um lugar na lista definitiva da seleção brasileira que o técnico Tite vai levar para a Copa do Mundo da Rússia – no domingo, o rebote sobrou para Nenê fazer o gol, mas ontem, a defesa do Corinthian­s afastou.

Na segunda etapa, talvez de forma involuntár­ia, quanto mais o tempo passava, mais o “tricolor uruguaio” recuava. Mas, mesmo assim, o Corinthian­s não conseguia criar nenhum perigo real para o gol de Sidão, que se limitava a organizar sua defesa. Carille e Aguirre tentaram de tudo no xadrez da bola e mandaram a campo velhas armas – Danilo e Diego Souza, que pouco fizeram. Novos nomes também apareceram, co- mo Pedrinho para os donos da casa e Caíque e Lucas Fernandes para os visitantes. Também não renderam muito.

Quando o jogo parecia decidido, um escanteio pra lá de maroto recolocou o Corinthian­s na briga. O gol de Rodriguinh­o foi o começo da festa, que continuou com a disputa de pênaltis, quando o estádio se transformo­u em um caldeirão. O sangue frio faria a diferença, para batedores e para os goleiros.

Com a força da Fiel, os mandantes marcaram com Matheus Vital, Clayson, Pedrinho Maycon e Danilo. Por ironia do destino, Rodriguinh­o quase virou vilão e perdeu sua cobrança.

Mas o Corinthian­s tinha Cássio. Ele pegou a cobrança de Diego Souza e a derradeira batida por Lizieiro. A bola ainda caprichosa­mente bateu na trave antes da garantia de que não entraria e a arena estourou de alegria. Lucas Fernandes, Bruno Alves, Reinaldo e Militão marcaram para o Tricolor.

Após o fim do jogo, as provocaçõe­s corintiana­s explodiram. O telão da arena exibia a mensagem# respeita oprofessor,n uma a lus ãoà discussão entre Carillee Aguirre. Nos vestiários, Rodriguinh­o, um dos heróis do Corinthian­s, ironizava o São Paulo – pouco antes da decisão, o site que comerciali­za os ingressos para os torcedores sãopaulino­s começou a vender en- tradas para a final de sábado. “Eles foram mal de novo, hein? Bom, não vai ter jogo no Morumbi, mas vai ter aqui. Será um prazer receber quem comprou”, disse o autor do gol que levou a disputa para as penalidade­s.

Por fim, o que fica é que a decisão entre Corinthian­s e Palmeiras começa no sábado, 16h30, na arena alvinegra. A finalíssim­a está marcada para o Allianz Parque, dia 8 de abril, às 16h. A semana de Dérbi promete.

 ?? ALEX SILVA/ESTADÃO ?? Rodriguinh­o fez o gol que levou o jogo para os pênaltis; Cássio defendeu a cobrança de Liziero e pôs o time na final
ALEX SILVA/ESTADÃO Rodriguinh­o fez o gol que levou o jogo para os pênaltis; Cássio defendeu a cobrança de Liziero e pôs o time na final
 ?? NILTON FUKUDA/ESTADÃO ?? Decisivos.
NILTON FUKUDA/ESTADÃO Decisivos.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil