O Estado de S. Paulo

Manuela, Haddad e Boulos pregam união e criticam ‘fascismo’

Presidenci­áveis do PCdoB e PSOL e ex-prefeito participam do ato de Lula em Curitiba e prestam solidaried­ade ao petista

- Ricardo Galhardo ENVIADO ESPECIAL / CURITIBA

O ataque a tiros a ônibus da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Paraná fez com que o ato de encerramen­to da viagem, ontem à noite, em Curitiba, fosse transforma­do em uma celebração de unidade da esquerda. Pré-candidatos à Presidênci­a falaram em “fascismo” e discursara­m contra o que chamaram de escalada de violência no processo eleitoral.

“Nós que amamos o Brasil e o povo brasileiro precisamos nos unir para derrotar o fascismo”, disse a presidenci­ável do PCdoB, Manuela D’Ávila. “Temos que responsabi­lizar o senhor Jair Bolsonaro, bandido, criminoso, sem vergonha, que está semeando o fascismo no Brasil”, afirmou o pré-candidato pelo PSOL, Guilherme Boulos.

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, um dos mais aplaudidos, disse que o ato de encerramen­to da caravana deveria ser o início de uma “campanha” contra “fascistas”. “Não me sinto no encerramen­to da caravana do ex-presidente Lula, mas no início de uma nova campanha para derrotar os fascistas”, afirmou Haddad.

Além de líderes do PT, partici- param do evento – realizado em uma praça no centro de Curitiba – representa­ntes do PSOL, PCdoB, PSB e até o senador Roberto Requião, do MDB.

Lula destoou do discurso de união da esquerda e falou como pré-candidato à Presidênci­a. Ao comentar os ataques dos quais foi alvo no Sul, o ex-presidente disse que esses manifestan­tes “estão mais para fascistas e nazistas do que para democratas”.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) comparou a caravana à Coluna Prestes, também iniciada no Rio Grande do Sul. “É muito épica também. Não conseguira­m parar a caravana. Lula se impôs”, disse o senador petista.

Bandeiras. Presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros sugeriu a criação de uma frente de esquerda para, segundo ele, barrar a escalada de violência na campanha eleitoral deste ano. “Hoje (ontem) é o dia em que a esquerda deixa de lado suas diferenças para reafirmar seu compromiss­o com a democracia”, disse o dirigente, em discurso no ato.

Medeiros citou ainda o assassinat­o da vereadora do PSOL Marielle Franco, no Rio, como um desses episódios do que chamou de “escalada de violência política”.

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HEULER ANDREY/AFP Apoio. Lula é recebido por militantes do PT no último ano da caravana em Curitiba

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