O Estado de S. Paulo

Encontro é novo desafio para EUA

SÃO JORNALISTA­S

- Emily Rauhala & Anna Fifield / W.POST DE ROBERTO MUNIZ / TRADUÇÃO

Oencontro entre Kim Jong-un e Xi Jinping reafirma a aliança entre os dois países e realça o desafio que Donald Trump enfrenta. A visita ocorreu a poucas semanas da cúpula com Trump. A reunião serviu para mostrar que os laços entre Coreia do Norte e China voltaram a se fortalecer. Para os EUA, ficou a mensagem de que qualquer negociação com Kim tem de ser feita por meio de Xi. “Pequim está buscando estabelece­r a agenda para futuras cúpulas”, disse Adam Mount, do Projeto de Defesa da Federação de Cientistas Americanos. “A renovação das relações enfraquece o poder de negociação de Trump.”

Para Ni Lexiong, da Universida­de de Xangai, Kim usa o conflito entre China e EUA para “tirar proveito dos dois lados”. Segundo Jean Lee, do Wilson Center, a reunião faz parte de uma estratégia bem elaborada. “Mover-se entre China e EUA dá a ele espaço para acelerar a construção de bombas nucleares e mísseis balísticos”, disse.

Sucessivos governos americanos têm pedido à China que use sua influência para conter a Coreia do Norte, mas a prioridade de Pequim é a estabilida­de regional. Xi não pretende fazer nada que ameace Kim, o que levaria milhões de refugiados famintos e forças americanas às portas da China.

No entanto, as recentes ameaças de Trump fizeram a China endurecer as sanções e trouxeram Kim de volta à mesa de negociaçõe­s. “Com o endurecime­nto das sanções, reaproxima­r-se da China tornou-se urgente para a Coreia do Norte”, disse Cheong Seong-chang, do Instituto Sejong. Com o encontro, Kim chega mais confiante à reunião com Trump. “A visita a Pequim quebrou o isolamento internacio­nal da Coreia do Norte”, disse Cai Jian, da Universida­de Fundan, em Xangai. “Kim vai para a mesa de negociaçõe­s com cacife maior e uma posição mais vantajosa.”

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