Sem reforma, imposto subirá, diz Covas
Vice-prefeito, que assumirá Prefeitura no dia 7, disse ainda que reformulação da Previdência municipal é necessária para manter investimentos
O vice-prefeito e secretário da Casa Civil, Bruno Covas (PSDB), afirmou ontem que, se a reforma da Previdência municipal não for aprovada, a Prefeitura deixará de investir e precisará aumentar impostos. Covas será o novo prefeito a partir de 7 de abril, quando João Doria (PSDB) deixará o cargo para concorrer ao governo de São Paulo.
“Ou a gente faz a reforma da Previdência ou vai ter de aumentar os impostos na cidade de São Paulo. A Prefeitura acha mais justo fazer a reforma da Previdência”, afirmou Covas, que foi chamado de “prefeito” e “futuro prefeito” por Doria e por secretários durante evento de lançamento do edital de concessão do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho e do Centro Poliesportivo, que integram o chamado Complexo do Pacaembu.
Segundo Covas, 90% do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) arrecadado neste ano será destinado à previdência municipal, e o valor chegará a 100% em 2019. O vice-prefeito não especificou o imposto que terá aumento nem o porcentual.
Doria comentou a decisão da Câmara, anunciada no dia anterior, de suspender por 120 dias a votação da reforma da Previdência municipal. “Estamos com a consciência tranquila de que cumprimos com a nossa obrigação: alertar o Legislativo sobre os riscos da falência da maior cidade brasileira. A gente acha mais justo fazer a reforma, mas, se os vereadores entenderem de outra maneira, vamos ter de adequar as contas públicas de outra forma”, disse.
Proposta. A gestão não conseguiu apoio dos vereadores para votar a medida em plenário mesmo após Doria ter anunciado que havia retirado do projeto a alíquota suplementar de 5%, que elevaria a contribuição para até 19% para quem recebe acima de R$ 5.645 (teto do INSS), e prometer aumento de 24% do piso salarial do funcionalismo – de R$ 1.132 mil para R$ 1,4 mil.
Doria pretendia aprovar a reforma na Câmara antes de sair da Prefeitura. O projeto previa aumentar a alíquota sobre o salário dos servidores de 11% para 14%. Para ser aprovado, precisava alcançar o mínimo de 28 votos – do total de 55 vereadores. Agora, uma comissão especial de estudos do Legislativo deverá discutir uma nova proposta.
“Durmo com a consciência tranquila. Resta saber se outros dormirão com a consciência tranquila também.” João Doria
PREFEITO DE SÃO PAULO