Sócio da Itabom pede que gestor judicial seja afastado
Depois de a avícola paulista Itabom apresentar sinais de melhora dos resultados, o seu processo de recuperação judicial começou a ser questionado. Nesta semana, o sócio controlador da companhia, com 70% do capital, Flávio Teixeira Thibúrcio, pediu na Justiça o afastamento do seu gestor judicial, o advogado Miguel Augusto Machado de Oliveira. A ação argumenta que o afastamento é necessário para manter a “lisura do processo de recuperação judicial”, visto que a condução do negócio por ele, nas últimas semanas, tem causado prejuízos irreversíveis à companhia, que teria voltado, inclusive, à inadimplência. Thibúrcio, que é sócio também da empresa chamada Fama Ovos, uma das credoras da Itabom, ingressou no capital da companhia em 2016 pelo valor simbólico de R$ 1. Oliveira tinha sido indicado como gestor judicial provisório por credores – ele foi coordenador jurídico de um deles – e seu nome foi apoiado por Thibúrcio. » Poder. O advogado se tornou gestor definitivo na assembleia dos credores do último dia 5 de março. Depois disso, passou a desfazer contratos realizados ao longo do último ano na gestão de Thibúrcio e a recontratar funcionários do antigo sócio da companhia. Procurado, Miguel Machado não retornou às solicitações da Coluna. » De partida. Carlos Ratto, diretor de Marketing, Relacionamento com os Reguladores e Novos Negócios Core da B3, vai deixar a companhia, um ano depois da fusão entre BM&FBovespa e Cetip. Com isso, dos oito diretores executivos da Cetip antes da integração, sete já se desligaram da nova companhia. Essa conta não inclui Gilson Finkelzstain, presidente da B3 e que chefiava a Cetip antes da fusão. Procurada, a B3 informa que a decisão foi de “comum acordo e que faz parte de sua estratégia de atendimento de clientes e relacionada à área de produtos”. Fábio Zenaro, também exCetip, foi promovido de superintendente a diretor. A B3 informa ainda “que as atividades de relacionamento com o cliente, algumas delas até então conduzidas por Ratto, passam a ser conduzidas por Fabio Hull, também promovido de superintendente a diretor da companhia”.
» Aterrissando. A guinada da rede de farmácias Extrafarma em direção ao Sudeste já levou a companhia a atingir a marca de 30 pontos de venda no Estado de São Paulo. Nascida no Pará, a rede chegou à região depois de ter sido adquirida pelo Grupo Ultra. Neste mês de março, a empresa alcançou a marca de 28 lojas abertas na capital paulista e duas em cidades vizinhas, na região do grande ABC. O mercado paulista é um dos mais disputados no setor porque é o principal reduto das líderes Raia Drogasil e DPSP, grupo que reúne as bandeiras de drogarias Pacheco e São Paulo.
» Preço da saúde. A inflação médica, que é a variação dos custos médico-hospitalares, seguirá mais alta na América Latina do que no restante do mundo, segundo relatório da consultoria de benefícios Aon. Na região, o índice deverá ficar em 13,9%, ao passo que a inflação médica global deve atingir 8,4%.
» Em alta. A inflação médica geral de 8,4% estimada para o ano significará quase três vezes mais do que a inflação global, de 3,1%. A tendência, segundo a Aon, é de que a diferença entre elas diminua, mas que a inflação médica deve seguir alta por conta da escalada dos custos da saúde.
» Unidos. A liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo que derrubou o direito de protocolo, a pedido do Ministério Público, tem preocupado associações do setor de construção civil da capital paulista. Até aqui, quatro entidades empresariais já ingressaram no processo para se manifestarem contrariamente à liminar. São elas: o Sindicato da Habitação (Secovi-SP), a Associação das Incorporadoras (Abrainc), a Associação de Shopping Centers (Abrasce) e, nesta semana, o Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-SP). » Mais restrições. O direito de protocolo garantia que projetos encaminhados para licenciamento na Prefeitura antes de a nova lei de zoneamento entrar vigor, em 2016, pudessem ser validados conforme as regras da legislação antiga. Se esse direito cair, os projetos precisarão ser refeitos para atender as regras atuais, que são mais restritivas à construção. Segundo a Secretaria de Urbanismo e Licenciamento, ao menos metade dos 4 mil empreendimentos em análise podem ser impactados, incluindo residenciais, comerciais, creches, escolas, templos, hospitais e hotéis.