O Estado de S. Paulo

Contas regionais pioram 21% no 1º bimestre

Superávit primário de Estados e municípios caiu para R$ 12,6 bilhões no período

- Fernando Nakagawa Lorenna Rodrigues / BRASÍLIA

A recuperaçã­o econômica e a ação para tentar conter gastos públicos têm melhorado as contas do governo federal, mas o fenômeno não chegou a Estados e municípios. Dados do Banco Central mostram que, enquanto o governo federal comemora o melhor resultado das contas desde 2012, a situação continua piorando nos governos regionais.

Segundo o BC, o governo central – governo federal, Previ-

dência e o próprio BC – terminou o bimestre com R$ 29,5 bilhões em caixa para pagar juros da dívida. É o chamado superávit primário. O valor é 122% maior que o registrado um ano antes e representa o melhor resultado para o período desde 2012. “A recuperaçã­o dos resultados está alinhada com a retomada da economia”, disse o chefe do departamen­to econômico do BC, Fernando Rocha.

Nos Estados e municípios, porém, o quadro é diferente. O caixa do governo está mais baixo e o resultado dos governos regionais somou R$ 12,6 bilhões, valor 21% menor que o do mesmo período de 2017. Boa parte dessa contração é culpa dos Estados, cujo resultado caiu 25%. Nas prefeitura­s, a queda foi de 9%.

Dívida. Mesmo com o melhor resultado desde 2012 no governo central, o endividame­nto público continua crescendo. Em fevereiro, a dívida bruta do governo atingiu o equivalent­e a 75,1% do PIB (R$ 4,95 trilhões) – um novo recorde histórico. Rocha explicou que o aumento do endividame­nto já era esperado diante dos resultados negativos acumulados nos últimos meses, que elevam a necessidad­e de emissão de papéis pelo Tesouro Nacional. “A dívida tende a crescer na medida em que você tem resultados deficitári­os”, lembrou.

Economista­s do Itaú Unibanco destacaram que os números de fevereiro mostraram manutenção de gastos discricion­ários (que não são obrigatóri­os, como as despesas com Previdênci­a e folha de pagamento, por exemplo) em patamar baixo “apesar do espaço fornecido no Orçamento do ano e da recuperaçã­o das receitas”.

Para a instituiçã­o, o resultado reforça a avaliação de “que o cumpriment­o das metas de resultado primário em 2018 deve ser menos desafiador do que nos últimos anos”. Para o ano, a meta do setor público é acumular déficit de até R$ 161,3 bilhões.

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ANDRE DUSEK/ESTADÃO-14/10/2014 BC. Superávit do governo central foi de R$ 29,5 bilhões

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